31 dezembro, 2014

ALVES JÚNIOR (Zé di Mélo), José Ribeiro - PORQUE SE ASSASSINA : contos. Lisboa, [Edição do Autor], 1938. In-8º (18cm) de 104 p. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória manuscrita do autor.
Obra raramente citada na bibliografia do autor, trata-se de um conjunto de interessantes contos, espécie de ensaios, tendo como pano de fundo a natureza e a condição humana.
"É um facto incontestável o de qualquer animal vir ao mundo no estado selvagem. O irracional, pela sua própria condição de irracional, ficará sempre no estado em que nasceu. Nem mesmo a domesticação fará com que êle modifique as suas tendências naturais. A-pesar do que se diz e escreve a respeito da sua inteligência, o animal irracional não discerne nunca o bem do mal. Se receia, os que receiam, o castigo corporal, é apenas por instinto de conservação.
Vem isto a propósito do assunto que escolhi para os contos que seguem.
Coloquem o homem, ao nascer, numa selva: e se as feras não o devorarem, tornar-seá como elas. A sua garganta não emitirá mais que guinchos. Andará nu. Os cabelos da cabeça e do corpo crescerão de tal forma que lhes dará a semelhança de um bicho. Comerá do que apanhar à mão; e a carne das caçadas que fizer será ingerida crua. Nas lutas que tiver de sustentar, defender-se-á com as unhas e com os dentes. A sua inclinação será tôda para praticar o mal. E isto independentemente do axioma tam verdadeiro que diz ser o homem o pior inimigo do homem.
O que o distingue dos brutos é ùnicamente a faculdade que tem de discorrer e de se exprimir por gestos ou por palavras. No entanto, estes predicados só os pode desenvolver quando transplantado ao meio da chamada civilização.
A sua bestialidade, porém, não morreu. Está adormecida pela convivência. O mais pequeno choque a despertará quebrando o verniz que a sociedade lhe impôs. A êste despertar chama-lhe a maior parte da gente: excitação nervosa, cólera, ira, raiva, maldade, mau génio, má hora, má sina... que sei eu! O seu verdadeiro nome é que quási ninguém lhe dá: ancestralidade.
Conjugados estes pontos de vista, teremos plenamente justificado o título do presente livro - Porque se assassina."
(preâmbulo)
Contos:
- Um monstro. - Um fraco que queria viver. - Pela honra e conservação da vida. - Pelo dinheiro. - Por vingança. - Tragédia conjugal. - Conseqüências de uma leviandade de estudante. - O vício da luxúria. - O vício do jôgo. - O vício da bebida. - O perigo vermelho.
José Ribeiro Alves Júnior (1887-1973). Escritor algarvio, natural de Vila Real de Santo António. Utilizou o pseudónimo literário "Zé di Melo". Tem obra publicada, sobretudo como cronista. Colaborou na imprensa periódica, onde se salienta o jornal O Século.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Ex-libris de posse colado na f. anterrosto.
Raro e muito curioso.
A Biblioteca Nacional (BNP) tem registado apenas um exemplar.
20€

29 dezembro, 2014

BRITO, José Maria Brandão de - A INDUSTRIALIZAÇÃO PORTUGUESA NO PÓS-GUERRA (1948-1965). O Condicionamento Industrial. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1989. In-4º (23,5cm) de 356, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada no texto com desenhos esquemáticos, gráficos e quadros.
"A industrialização portuguesa tem passado, ao longo da história, por fases de desenvolvimento, de estagnação e até de retrocesso. Assim, durante um longo período que abrange quase todo o século XIX e o primeiro quartel do século XX, o processo evoluiu de forma descontínua e basculante, tendo dado origem a um tipo de economia de circulação assente no desenvolvimento agrícola e no florescimento de um forte sector comercial importador e exportador. [...]
O presente volume, que tem por base uma dissertação de doutoramento, apresentada e discutida em 1987 no Instituto Superior de Economia de Lisboa, enquadra-se num esforço para compreender o processo de industrialização ocorrido em Portugal no pós-guerra, e toma como fulcro aquele que se considera ser o mais importante instrumento do pendor intervencionista da política industrial do governo de então: o condicionamento industrial."
(excerto da apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

28 dezembro, 2014

BAMBI. Walt Disney apresenta... Adaptação portuguesa de Milai Bensabat. Venda Nova - Amadora, Editorial Ibis, 1969. In-8.º (19,5 cm) de 224 p. ; mto il. ; E. Colecção Disleylândia 
1.ª edição.
Bonito livro, clássico da literatura infantil. Muito ilustrado com cartoons que acompanham o texto.
"A notícia espalhou-se pelo bosque como um rastilho de pólvora. Logo que sabiam a boa-nova, todos os animaizinhos corriam para a pequena clareira onde o novo veadinho acabava de nascer, avisando, entretanto, quantos encontravam pelo caminho. [...]
A mãe do veadinho acariciou suavemente a cabeça do seu menino.
- Acorda meu filho! Temos visitas.
O recém-nascido suspirou e, preguiçosamente, levantou a cabeça. Ao fazê-lo bocejou largamente.
O coelhinho barulhento saltou para a primeira fila e aproximou-se do veadinho observando-o atentamente, enquanto ele bocejava.
- Olá principezinho! - cumprimentou."
(Excerto do texto)
Encadernação editorial inteira de tela com desenhos e título gravados a negro e a ouro na pasta frontal e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

27 dezembro, 2014

CENTENO, Tomaz Augusto - ASPECTOS DO PROBLEMA BACALHOEIRO (conferência). Prefácio do Sr. Prof. Dr. Abreu Lopes. Lisboa, Editorial de Marinha, 1940. In-8.º (18 cm) de XV, [1], 74 p. ; B.
1.ª edição.
Interessante conferência sobre a pesca do bacalhau.
"E dormem bem nas banquetas, rijas às vezes como o fundo dum dóri, porque os corpos, moídos pelo trabalho infindável, monótono, arriscado, em mar que se encapela e revolta com as ventanias, andam fatigadíssimos e pedem repouso.
Partidos do pôrto de armamento, já com o verão a querer começar, muito tarde para ser possível aproveitas tôda a estação favorável, há mais de cinco meses que por lá andam os pescadores, perdidos na bruma das cerrações, enregelados pelos nevoeiros, encarquilhados pelo frio intenso do ar e da água que lhes greta as mãos, na árdua safra da pesca.
Às vezes, quando o nevoeiro é mais cerrado, a ponto de se não ver o comprimento dum dóri adiante do nariz, a barulheira no mar torna-se infernal.
Do seio do invisível saiem sons irritantes de sereias, sinetas e buzinas, a advertir quem passa que ali anda gente a labutar, a dizer a quem labuta que vai passando gente com a pressa nervosa da vida contemporânea.
Se calha ser vapor que lá vem às suas muitas milhas por hora, nem houve nem repara nos insignificantes. Segue avante..."
(Excerto do Cap. 16, Da vida do pescador e seus perigos)
Índice
:
Quadro histórico
1 - As pescarias antes do início das Descobertas. 2 - O tratado de 1353 com a Inglaterra. 3 - Descoberta e colonização da Terra Nova. Início da pesca do bacalhau. 4 - Decadência da pesca do bacalhau. 5 - Um exemplo de proteção do estrangeiro. 6 - A Companhia de Pescarias Lisbonense. 7 - O comércio do bacalhau no 3.º quartel do século passado. 8 - Ressurgimento. A casa Bensaúde.
A pesca e quem na pratica 
9 - O peixe e seu habitat. 10 - O termómetro de profundidade. 11 - Como se pesca o bacalhau. O dóri. 12 - Pesca à linha de mão. 13 - O aparêlho ou «trolley». 14 - A zagaia. 15 - Escala e salga. 16 - Da vida do pescador e seus perigos. 17 - Psicologia do pescador.
A assistência 
18 - O navio apoio e a sua influência moral - O Gil Eanes!... 19 - Necessidade de assistência prestada pelo navio-apoio. 20 - Iscos empregados pelos pescadores portugueses.
A seca do peixe
21 - A seca natural. Armazéns. 22 - O caso dum «Portuguese Shore» na Terra Nova. 23 - A seca artificial. 24 - Das doenças do bacalhau.
Economia actual da indústria
25 - Antes de 1934. 26 - Causas do mau estado da indústria. 27 - Resultados benéficos da disciplina no comércio. 28 - Limites à produção. 29 - A frota necessária. 30 - A frota deveria construir-se em Portugal. 31 - Resultados económico-financeiros da política de auto-suficiência.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas ligeiramente oxidadas. Selo de biblioteca na lombada.
Invulgar e muito apreciado.
Com interesse histórico.
Indisponível

25 dezembro, 2014

VIEIRA, Pe. António - SERMÃO // QUE PREGOU // O P. ANTONIO VIEYRA // da Companhia de JESU, na Igreja das Chagas, em // a festa que se fez a S. ANTONIO, aos 14. // de Setembro deste anno de 1642. // Tendose publicado as Cortes para o dia seguinte. // [Imagem do Santo em madeira] // EM COIMBRA, Com todas as licenças necessarias. // Na Impressaõ da VIUVA de MANOEL de CARVALHO // Impressor da Universidade: Anno de 1672. In-8º (20,5cm) de [2], 20, [2] p. ; E.
Edição original.
Apreciado sermão do Padre António Vieira, proferido no rescaldo da Restauração da Independência (1640), em clima de grande euforia e fervor patriótico, não sendo despiciendo o seu sentido político, dado o contexto da época, e as relações com Castela.
Adicionalmente valorizado por ser dedicado a Santo António, o Santo da devoção nacional que ultrapassou fronteiras continentais.
"A Arca do testamento (q assi lhe chamou Gregorio IX.) ao Martello das heregias (que este nome lhe deu o Mundo) ao defender da fê ao lume da Igreja, à maravilha de Italia, a hõra de Hespanha, a gloria de Portugal, ao melhor filho de Lisboa, ao Cherubim mais eminente da Religiam Serafica, celebramos festa hoje. Necessario foy que o advertissemos, pois o dia o nam suppoem, antes parece que diz outra cousa. Celebramos festa hoje como dizia, ao nosso Portugues Santo Antonio; & se havemos de reparar em circunstancias de tempo, nam he a menor difficuldade da festa, o celebrante hoje. Hoje? em quatorze de Setembro Santo Antonio? Se jà celebramos vniversalmente suas sagradas memorias em treze de Junho, como torna agora em quatorze de Setembro? Entendo que nam vem Sancto Antonio hoje por hoje, senam por amenham. Estavam publicadas as Cortes do Reyno para quinze de Setembro; vem Sancto Antonio aos quatorze, porque vem às Cortes. Como ha dias em que o Ceo està pella Coroa de Portugal, manda tambem seu Procurador o Ceo às Cortes do Reyno."
(excerto da 1.ª parte do Sermão)
Encadernação inteira de percalina, com título e data gravados a seco em pele aposta e cozida na pasta frontal. Conserva capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raríssimo.
Os Sermões do Padre António Vieira impressos em separado são muito apreciados e procurados.
Peça de colecção.
Indisponível

24 dezembro, 2014

COSTA, Ferreira da - NA PISTA DO MARFIM E DA MORTE. 6.ª edição. Pôrto, Editôra Educação Nacional, L.da, 1944. In-8.º (19cm) de 459, [13] p. ; il. ; E.
Capas e desenhos no interior de Manuel Ribeiro de Pavia.
Memórias do autor referentes à sua passagem por terras de Angola. Obra composta por três narrativas, foi um sucesso de vendas na época. A presente edição foi publicada em 1944, no mesmo ano da 1.ª edição.
"Este livro encerra pedaços de vida, jorros de sangue, imagens de uma juventude morta.
Escrevi-o debruçado para a minha alma, povoada de duendes saüdosos, cheia de labirintos negros e de paisagens ricas de Sol, esquecido, por momentos, da nostalgia que me deprime, da morna existência que me quebranta.
Pregunto a mim próprio se fui quem viveu essas páginas de perigo e de febre, êsses lances em que o sangue moço cachoava, impaciente, gerando audácias irreflectidas."
(excerto da introdução, Pórtico)
Narrativas:
- Vida, paixão e fim de André da Silva - o «Falta d'Ar».
- Sangue na planura.
- Seis horas de angústia.
Ferreira da Costa (1907-1974). Jornalista e repórter português. Aos 17 anos, entrou como redactor no jornal A Tarde, de Lisboa. Fez parte das redacções de outros jornais diários e, em 1928, seguiu para África. No regresso entrou para O Século, onde conquistou, mercê da sua actividade infatigável e das suas excepcionais qualidades, uma posição de justo relevo. Publicou importantes obras de literatura colonial, donde se destacam «Na Pista do Marfim e da Morte» e «Pedra do Feitiço».
Meia-encadernação com lombada e cantos em pele, com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Ténues sombreados de humidade em algumas páginas do livro. Pequenas esfoladelas nas pastas. Assinatura de posse na f. anterrosto.
Invulgar e muito apreciado.
15€

22 dezembro, 2014

GRAVE, João - OS FAMINTOS (episodios da vida popular). Porto, Livraria Chardron, 1903. In-8º (19cm) de 289, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor ao ímpar caricaturista Celso Hermínio.
Trata-se do primeiro romance do autor, na época, por muitos considerado, um digno sucessor do realismo de Eça de Queiroz.
Teve os Famintos», "na época em que foi publicado, uma larga e funda repercussão. Livro que, quer sob o ponto de vista do estilo, quer sob os domínios da análise psicológica, se pode considerar pouco cuidado e traduzindo as verduras do estreante, o certo é que a obra tem grande significado na nossa literatura. Não sendo – como não é – marcado por grande força impressiva nem aberto em grande cerne artístico, pode, contudo, considerar-se importante na sua trajectória literária, porque ele é um precursor da literatura neo-realista que caracterizou a nossa década de quarenta. Na verdade «Os Famintos» deve ser considerado como neo-realista avant Ia lettre, por ser nele tão patente a preocupação do social, tão viva a mensagem de protesto contra as injustiças da sociedade burguesa, tão carregado das sombras de miséria da vida dos operários numa «Ilha» do Porto; porque o pendor socializante do discorrer da história salta aos olhos do leitor mais desatento."
(in www.prof2000.pt)
"Foi n'um sabbado ao entardecer que Manoel adoeceu de repente, abandonando o trabalho, com as faces cavadas n'uma funda ruga d'amargura e os olhos accesos d'um intenso brilho de febre. Sentira uma dôr tão aguda dentro do peito, que teve d'encostar-se quasi desfallecido a uma parede para não cair desamparadamente. Perdera a noção das coisas exteriores e todos os objectos andavam á sua volta, em movimentos vertiginosos. A essa hora, na fabrica, ia um alegre rumôr de vida. Rangiam os teares seccamente e as machinas arfavam com vigor resfolegando como pulmões potentes. Os companheiros, ao vêrem-n'o assim afflicto, de bocca muito aberta n'uma insoffrida anciedade d'ar vivo, a respiração offegante e os dedos crispados n'uma angustia subita, accudiram-lhe em sobresalto, alarmando as officinas com os seus gritos de socorro."
(excerto do Cap.I)
João José Grave (1872-1934). “Foi um escritor e jornalista português. Autor de obras de ficção, crónica, ensaio e poesia. Como jornalista chefiou a redacção do Diário da Tarde e colaborou nos jornais Província, Século e Diário de Notícias e em vários órgãos da imprensa brasileira. Foi director da Biblioteca Municipal do Porto e dirigiu o dicionário enciclopédico Lello Universal. A nível literário, esteve inicialmente próximo dos naturalistas, notando-se influências de Emílio Zola. Depois enveredou pelo romance de costumes.”
Encadernação inteira de pele, ricamente decorada a ouro nas pastas e na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
40€

21 dezembro, 2014

CASIMIRO, Augusto - NOVA LARGADA : romance de África. Capa de Tagarro. Lisboa, [s.n. - Composta na Tip. da «Seara Nova : Impresso nas Oficinas Gráficas, Lisboa], 1929. In-8.º (19cm) de 240 p. ; B.
1.ª edição.
Apreciada obra do autor, vencedora do prémio do Concurso de Literatura Colonial (1929).
"Nova Largada surge-nos como uma narrativa a várias vozes, que se desenvolve quer através de excertos de diários quer através de excertos epistolares que são intercalados ao longo do desfiar da(s) história(s). Traduzindo aspectos da vida em África após o final da I Grande Guerra, este romance insere-se claramente na problemática que se colocou à administração portuguesa dos territórios africanos no pós-guerra."
(in literaturacolonialportuguesa.blogs.sapo.pt)
Augusto Casimiro dos Santos (1889-1967). “Escritor e militar português. Após a conclusão dos estudos liceais em Coimbra, em 1906, integrou a Escola do Exército. Como oficial, participou na Campanha da Flandres (1917-18) durante a Primeira Guerra Mundial, o que lhe valeu várias condecorações e a promoção a capitão. Exerceu também o cargo de governador do Congo português, de secretário do Governo-Geral de Angola, em 1914, e acompanhou a missão de delimitação da fronteira luso-belga em África. Por se opor ao regime nacionalista, esteve preso na Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, na década de 30, regressando a Lisboa, em 1936, graças a uma amnistia. Um ano depois, foi de novo reintegrado no Exército português, mas como reserva.
A experiência militar marcou a sua escrita, especialmente em Nas Trincheiras da Flandres (1919) e Calvários da Flandres (1920). Como autor de poesia, ficção e textos de intervenção, em que manifestava a sua filiação no ideário republicano, o escritor publicou ainda, entre outros livros, Para a Vida (1906), A Evocação da Vida (1912), Primavera de Deus (1915), A Educação Popular e a Poesia (1922), Nova Largada (1929) e Cartilha Colonial (1936), obra na qual manifestou o seu desejo patriótico de afirmação de Portugal no mundo. De referir que Augusto Casimiro foi colaborador da revista Águia e cofundador (1921), dirigente e redator (1961 a 1967) da revista Seara Nova, principal órgão de comunicação que se oponha democraticamente ao regime de Salazar e ao Estado Novo.”
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

20 dezembro, 2014

NEVES, Francisco Palha Botelho - O TOIRO DE LIDE EM PORTUGAL. Prefácio de A. Vasco Lucas. Lisboa, Edições Inapa, 1992. In-4º grd. (28cm) de [10], 185, [4] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Bonita edição, de grande apuro gráfico e profusamente ilustrada com belíssimas gravuras históricas e fotos a p.b. e a cor, totalmente impressa em papel inagloss de 140 gramas.
"Nascido e criado para proporcionar uma sublime simbiose plástica, miscelânea de arte e emoção - o toureio, função que, queira-se ou não, cativa o público e contribui largamente para a vivência de muitos -, o toiro bravo lutando com nobreza justifica a existência da espécie e glorifica a sua própria essência. [...] Só quem algum dia se acercou ao cerrado do toiro bravo, contemplando a sua vistosa e imponente altivez, intercalada com o berrar desafiante, ou sentindo o seu estremecedor galopar, qual rufar de tambor de guerra, poderá entender porquê estes animais foram deuses na Antiguidade. O toiro de lide, adorno incomparável dos campos da Ibéria, encontra aqui e agora o justo preito de homenagem."

(excerto do Prefácio)

Encadernação do editor em tela vermelha com sobrecapa plastificada policromada.
Excelente exemplar, como novo. 
Invulgar e muito apreciado.
45€

18 dezembro, 2014

A VITÓRIA DA VERDADE. [S.l.], [s.n. - imp. Imprensa Barreiro, Lisboa], [1941]. In-8º (21,5cm) de 59, [1] p. ; [16] p. il. ; B.
1.ª edição.
Propaganda nazi. Importante pela oportunidade de apreciar a guerra sob o ponto de vista da propaganda; a informação e contra-informação, quase diária, durante as campanhas de ocupação alemãs.
Descrição por ordem cronológica dos acontecimentos bélicos, desde a Campanha da Polónia, em 2 de Setembro de 1939, até à ocupação da Grécia, pelas forças alemãs, em 2 de Maio de 1941. O texto, a duas colunas, pretende comparar a versão alemã desses acontecimentos, através dos comunicados do Alto Comando das Forças Alemãs, em oposição à versão dos factos relatados pelos Aliados, transmitido no Noticiário do estrangeiro.
Brochura ilustrada com fotografias que testemunham o avanço das tropas alemãs, impressas sobre papel couché em folhas separadas do texto.
"O inglês foi expulso da Europa.
Dos quatro pontos cardiais a Inglaterra tentou ameaçar a Alemanha, o país central da Europa. Quatro garras da águia alemã, a oeste, norte, este e sul, umas após as outras, arrazaram os bastiões, perante os quais a Alemanha deveria ser aniquilada. Quatro guerras-relâmpago, e a Alemanha viu-se livre de tôda a ameaça inglesa por terra e a Europa livre da intromissão britânica.
A Europa tem agora o campo liberto para organizar uma nova ordem segundo as suas próprias concepções.
Mas também são bem definidas as experiências que ela teve com os ingleses desde Stembro de 1939 a 1941, e devem ficar gravadas como um património europeu na consciência co continente."
(excerto do prefácio)

"O Alto Comando das Fôrças Alemãs comunicou:
2 de Maio [de 1941]
Na Grécia, formações do exército alemão acabaram a ocupação do Peloponeso. No continente grego já se não encontra nenhum combatente britânico.
Noticiário do estrangeiro:
2 de Maio [de 1941]
Rádio Londres - Nós, os ingleses, fomos sempre hábeis na retirada. Nós conseguimos a vitória final começando com retiradas. Mas em tôda a nossa História, não efectuámos retirada alguma melhor do que a da Grécia. Por ele provocámos a admiração do mundo e o pasmo das alemães."
(últimos comunicados)
Matérias:
1939 : A Campanha da Polónia.
1940 : A Campanha da Noruega.
1940 : A Campanha da França.
1941 : A Campanha nos Balcãs.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito curioso.
15€

17 dezembro, 2014

ALMEIDA, Fialho d’ – PASQUINADAS. (Jornal d’um vagabundo). Porto, Livraria Civilisação, [1890]. In-8º (19cm) de 384 p. ; il. ; E.
1ª edição. 
Ilustrada com bonitos desenhos a assinalar o final de cada narrativa.
Conjunto de crónicas corrosivas, bem ao jeito do autor, tendo como pano de fundo a cidade de Lisboa.
"Subo a rua Nova do Almada um tanto aborrecido - acabo de pagar uma enorme conta no livreiro, e de ser apresentado ao orador que eu mais detesto, depois de cornetim. O dia é pardo, nuvens no alto, o vento a erguer da rua redemoinhos d'um pó corrosivo á pelle; e com um milhão de diabos! não tenho hoje visto senão raparigas barbudas nos asphaltos!
Estas pecuinhas todas irritam-me: e como o Ferin não tem novidades, enfio pela especie de saguão estreito, que a camara municipal convencionou chamar o largo da Boa-Hora. Á esquerda ha uma rampa bordada de vadios e mulheres publicas, nos dias d'audiencia: um sumidouro publico no centro: carros das obras publicas a um canto: do lado direito, uma sentina publica com letreiro por cima - e emfim, como panno de fundo a todo este scenario publico de caserna e d'alcouce, ahi temos o maravilhoso Palacio da Justiça de Lisboa!"
(excerto da cronica A Boa-Hora comica)
Crónicas:
- A Boa-Hora comica. - As photographias. - Camillo. - Os duellos. - Amadores de Musica. - O Theatro. - A Batalha das flores [O Carnaval]. - Concurso de Pintura histórica [Concurso pintura com o tema: Vasco da Gama, partindo para a India]. - Lisboa monumental [Estudo ficcional da capital]. - A chegada de Sua Magestade [D. Luís I]. - O Conselheiro Viale. - Religião e Toilette. - Sarah Bernhardt [em Lisboa]. - O Exercito [análise e comentários ao polémico livro do coronel Mesquita de Carvalho – A Verdadeira situação militar de Portugal]. - Attentados ao pudor [prostituição infantil]. - Rosas. - Charles Monselet [cronista e humorista francês]. - Bezerro d’oiro [sobre o drama em cinco actos de Santa Rita rejeitado pelos actores do D. Maria]. - Os Jornalistas. - Alguns Livros. - Decadencia [crítica ao ambiente literário português]. - Os Maias [crítica mordaz à obra de Eça de Queirós]. - Os evocadores de phantasmas. - Os pornographicos [sobre o jornalismo sensacionalista]. - Praias e thermas. - No Bussaco. - O Turf-Club [associação de gentis-homens mais ou menos authenticos, e d’elegantes filhos-familias mais ou menos ricos…]. - Tres aspectos [Lisboa fraca – a educação física; Lisboa porca – a cólera; Lisboa fruste – “O Reino das Mulheres”]. - Os pregões. - O Infante D. Augusto. - Fim d’anno.
José Valentim Fialho de Almeida (1857-1911). "Foi um médico e escritor português. Formou-se em medicina, mas nunca exerceu, preferindo a boémia da noite lisboeta. Dedicou-se à literatura e ao jornalismo até 1893, data em que deixou Lisboa para regressar à sua terra natal - Vila de Frades. O seu estilo literário foi irregular, pautado pelo Naturalismo, procurando as sensações fortes da "vida real". Os seus temas foram principalmente a cidade e o campo. Fialho de Almeida ficou conhecido como um escritor bilioso e colérico, carregado de ressentimentos para com a vida."
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Discreta assinatura de posse na f. rosto. Capas oxidadas. 
Invulgar e muito apreciado.
Com interesse olisiponense, camiliano e queiroziano.
25€

16 dezembro, 2014

COSTA, Helder - HISTÓRIAS DE FIDALGOTES E ALCOVITEIRAS, PASTORES E JUDEUS, MAREANTES E OUTROS TRATANTES SEM ESQUECER SUAS MULHERES E AMANTES : de... sobre textos de Gil Vicente e Angelo Beolco, o Ruzante. Lisboa, Helder Costa e «Vozes na Luta» - Cooperativa de Acção Cultural, SCARL, [1977]. In-8º (21cm) de 102, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrado com fotografias a p.b. impressas sobre folhas de papel couché.
"Qual é o interesse de ir «desenterrar» textos do século XVI?
Que capacidade de intervenção social ou política terão textos de há 500 anos sobre a nossa realidade actual?
A resposta a estas dúvidas, toma como ponto de partida a noção essencial de a História da Humanidade não constituir senão um testemunho da luta que desde há séculos se trava entre exploradores e explorados, entre a ciência e o obscurantismo, entre o progresso e a reacção."
(excerto da introdução, Algumas questões prévias)
Helder Costa (1939-). "Autor dramático, nascido em 1939, em Grândola, regressou a Portugal em 1974, depois de ter vivido exilado durante alguns anos em Paris. Associado, desde 1976, ao grupo A Barraca, para o qual escreveu vários textos teatrais, colaborou com Luiz Francisco Rebello e Luís de Lima na versão portuguesa de Liberdade, Liberdade (de Milor Fernandes e Flávio Rangel). A sua obra inclui peças baseadas em textos de autores portugueses quinhentistas e contemporâneos, como Histórias de fidalgotes e alcoviteiras, pastores e judeus, mareantes e outros tratantes sem esquecer suas mulheres e amantes, espetáculo teatral obtido pelo cruzamento de textos de Gil Vicente e Ruzante; Um Homem é um Homem, baseado no percurso biográfico de Damião de Góis; ou a dramatização composta a partir da obra de António Aleixo, "António Aleixo - este livro que vos deixo"; várias peças em um ato e sketches; e as peças originais A Camisa Vermelha, D. João VI, Zé do Telhado e A Viagem."
(in infopedia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

15 dezembro, 2014

LANDOLT, Cândido Augusto - FAUNA E FLORA MARITÍMAS DA PÓVOA DE VARZIM. Por... (Com um prefácio do Ilustre Prof. Dr. Duarte Carrilho). Braga, Tipografia Sousa Cruz, 1928. In-4º (22cm) de 59, [1] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Com um retrato do autor em extratexto.
Curioso estudo sobre as espécies que habitam o litoral poveiro.
Matérias:
Breves noções sobre a classificação natural dos seres vivos.
I - Animais e vegetais. II - Classificação dos seres vivos. Classificações artificiais e naturais. III - Classificação actual dos seres vivos. Classificação botânica. IV - Uso das Floras. V - Classificação dos animais. VI - Classificação dos seres vivos, citados neste livro. VII - Mamíferos. Cetáceos. VIII - Aves. IX - Estudo alfabetado das espécies observadas. X - Observação do prefaciante. XI - Reptis e batráquios. XII - Estudo de alguns reptis. XIII - Estudo de alguns batráquios. XIV - Peixes. Estudo de alguns peixes. XV - Invertebrados. XVI - Esboço da classificação dos invertebrados. XVII - Alguns invertebrados da Póvoa de Varzim, alfabetados.
Nota final.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

13 dezembro, 2014

FEIJÓ, Ruy de Menezes de Castro - CARTA ABERTA A AQUILINO RIBEIRO. Separata do jornal «A Aurora do Lima» do número 93 de 29 de Novembro de 1957. [Viana do Castelo], [s.n. - imp. Tip. Aurora do Lima, Viana do Castelo], [1957]. In-4º (23cm) de 13, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Rara peça aquiliniana, cuja tiragem se resume a 200 exemplares. Muito valorizada pela assinatura de posse de Aquilino na f. rosto.
Trata-se de uma polémica relacionada com o romance de Aquilino, «A Casa Grande de Romarigães». O autor corrige Aquilino e faz alguns reparos acerca do perfil psicológico dos personagens que integram o romance, seus antepassados.
"Ao seu último trabalho literário deu V. Ex.ª, senhor Aquilino Ribeiro, o título de «A Casa Grande de Romarigães» e classifica-o de «Crónica Romanceada».
Esta designação acusa um contraste que o decorrer do livro nos mostra pondo o romance em contradição completa com a crónica que tem de ser verdadeira. [...]
Agora permita-me V. Ex.ª que no «gamelo que estava a fazer para o cão» eu toque um pouco de viola para defender a memória de meus avós. [...]
Porque V. Ex.ª designou com nomes autênticos e situando-os no meio onde realmente viveram os personagens da sua obra, eu, tomando a defesa deles, quero apenas honrar o nome dos meus antepassados e repor a verdade onde ela falta. A ninguém agrada ouvir a respeito de sua família aquela quadra de Augusto Gil:
Quando tu foste gerada
Pôs-se o sol, nasceu a Lua
Estava tua Mãe deitada
Andava teu pai na Rua..."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Cadernos soltos da encadernação. Ausência f. anterrosto(?).
Raro e muito curioso.
Indisponível

12 dezembro, 2014

RIBEIRO, Humberto - CASA MALDITA!... Porto, [s.n. - imp. Tipografia Vouga, Albergaria-a-Velha], 1933. In-8º (18cm) de 200 p. ; E.
1.ª edição.
Romance policial cuja acção decorre no Porto.
"Rui entrou no estabelecimento com o fato de ganga completamente encharcado. Durante vinte minutos, caminhára sob as bátegas de água gelada, com o corpo inclinado e a cabeça baixa. A luz da lâmpadas iluminou-lhe o rosto magro, com uns olhos profundos, negros, febris e lábios dolorosos. Desapertou a gola do fato e tirou o boné, sacudindo-o com fôrça, da água que o empapára."
(excerto do Cap. I)
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Conjuntamente com o romance «Casa Maldita!...», encontra-se encadernado no mesmo tomo, uma obra de Luís Augusto Rebelo da Silva: trata-se do vol. I de «Contos e Lendas», 2.ª edição, de 1908, com 181, [3] pags.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
A BNP tem apenas um exemplar registado. Não foi possível apurar referências biográficas sobre o autor.
15€

11 dezembro, 2014

SCHWALBACH, Eduardo - À LAREIRA DO PASSADO : memórias. 2.º milhar. Lisboa, Edição do Autor, 1944. In-4º (22,5cm) de 397, [3] p. ; [7] f. il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com 7 gravuras em folhas separadas do texto: retratos do autor, o "duelo Schwalbach-Abel Botelho", visto por Rafael Bordalo Pinheiro, uma caricatura da autoria de Amarelhe e outra de Albuquerque, e um retrato equestre de D. Carlos I ("que Sua Magestade nunca tirou").
Memórias do autor. Escritos transversais aos grandes períodos da sua época: Na Parte I, discorre sobre a Monarquia Constitucional, a República e o Estado Novo. São páginas de jornalismo, onde o autor aborda o status político, e o Teatro, tema que lhe é caro. Na II Parte - «Ouro Antigo», faz o elogio público de algumas personalidades da vida pública portuguesa, onde se destacam, entre outros, Rafael Bordalo Pinheiro, Carlos Malheiro Dias, Lopes de Mendonça, Gervásio Lobato, etc.
"Salvo excepções indispensáveis para marcar épocas, razões de ser e estados de espíritos, nestas Memórias apenas me ocuparei do que fiz, vi e ouvi directamente; tudo mais está dito e redito, escrito e discutido. Não se admirem, pois, de que passe em claro factos notáveis mas em que não tomei parte, a que não assisti e de que não tive comunicação directa. E não receiem a escassez: o que fiz, vi e ouvi, o que só comigo se passou dá para centenas de páginas."
(excerto do prefácio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas sujas com pequeno defeitos.
Invulgar.
10€

10 dezembro, 2014

BEÇA, General Adriano - LIÇÕES DA GRANDE GUERRA. Lisboa, Tip da Emprêsa Diario de Noticias, 1922. In-4º (23cm) de 288, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Importante obra sobre a Grande Guerra. O rescaldo do conflito, em termos tecnológicos, estratégicos e humanos.
Dedicada "aos ilustres comandantes do C. E. P. em França, Ex.mos Srs. Generais Fernando Tamagnini de Abreu e Silva e Tomás Antonio Garcia Rosado.
Matérias:
I - A evolução na arte da guerra; progresso no material de guerra; sistemas novos de fortificação; a quimica multiplicando os meios de combate; caracter da luta nas trincheiras; as formas essenciaes da guerra; a ofensiva e a defensiva.
II - Os novos inventos da guerra; sua acção nas operações militares. A aeronautica militar; a quinta arma dos exercitos; o grande futuro da aeronautica em variadas manifestações da actividade humana. A tatica do combate aereo na sua infancia.
III - O automobilismo nas operações militares; a sua influencia como meio de acção estrategica e importante factor tatico no campo de batalha; a sua intervenção na batalha do Marne, na campanha da Gallicia em 1915, na defesa de Verdun em 1916 e na campanha da Romania. Os modernos carros de assalto.
IV - Idêa geral sobre a artelharia dos principaes exercitos beligerantes. Tendencias para uma nova classificação do material de artelharia. Idêa geral sobre o emprego dos canhões de pequeno e grande calibre no campo de batalha.
V - As metralhadoras; espingardas metrealhadoras e espingardas automaticas e seu aumento progressivo nos exercitos beligerantes. A multiplicidade das aplicações da metralhadora nas operações de guerra, facilitada pela tracção mecanica, aumenta o gráu da sua acentuada importancia. Recrutamento do pessoal metralhador.
VI - A Infantaria - As exigencias do combate modernos alterando a constituição organica das suas unidades; os dispositivos de combate. Breves considerações sobre o dispositivo do C. E. P., em Flandres.
VII - A Cvalaria - Tendencias para uma nova orientação dos seus processos taticos. A transformação da cavalaria francesa.
VIII - A Engenharia - O restabelecimento das comunicações militares - Progressos da fortificação - As tropas de caminhos de ferro.
IX - Os serviços auxiliares - O serviço de subsistencias - Reabastecimento de munições - Os serviços sanitarios.
X - A batalha - As doutrinas da ofensiva alemã - Caracteristicas da batalha de ruptura; suas fases. A acção ofensiva das grandes unidades na batalha, segundo a Instrução francesa de 1917. Os diversos escalões de ataque. Acções defensivas das grandes unidades na batalha - O escalonamento em profundidade.
Adriano Acácio de Madureira Beça (1857-1923). "Oficial do exército e publicista, nasceu em Vinhais em 18 de Novembro de 1857 e morreu em 1 de Novembro de 1923. Foi dos oficiais mais distintos do nosso Exército, na arma de Engenharia, onde atingiu o posto de general. Exerceu numerosas comissões militares, tendo sido chefe da l.a secção do Comando Geral de Infantaria, secretário da Comissão de Aperfeiçoamento da Arma de Infantaria e secretário da Escola do Exército, chefe da 2.ª Repartição da 1.ª Direcção Geral da Secretaria da Guerra, vogal do Supremo Tribunal Militar, etc., mas a sua acção fez se principalmente sentir quando, em 1906, assumiu o cargo de chefe de gabinete do então ministro da Guerra Vasconcelos Porto, colaborando com ele directamente nas suas importantes reformas militares. Em 1917 foi convidado pelo Dr. Sidónio Pais para comandar o Corpo Expedicionário Português em França. Fora na legislatura de 1906-1907 deputado pelo círculo de Bragança. Foi distinto escritor militar de numerosas obras da sua especialidade tais como: Formações Novas (1895), obra cujos processos tácticos foram adoptados não só pelo exército português mas ainda pelos exército alemão, austríaco e espanhol antes da Grande Guerra: A Evolução de Táctica de Infantaria, que obteve o 1.° prémio num concurso aberto pela Revista de Infantaria em 1911 e que foi traduzida nesse mesmo ano para inglês pelo capt. A. F. Custance, sob o titulo A Study of the Development of Infantry Tactics; O Oficial nos Exércitos modernos (a sua preparação e a sua missão educadora), obra premiada pelo Ministério da Guerra; Lições de Grande Guerra; O General Silveira A sua acção militar na Guerra da Península, etc. Foi condecorado com a medalha de ouro de comportamento exemplar, a grã cruz da Ordem Militar de Aviz e o oficialato de Sant'Iago da Espada."
(in http://www.dodouropress.pt/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Invulgar.
Indisponível

09 dezembro, 2014

SOARES, Fernando Luso - O MAIS INTELIGENTE DOS ESTÚPIDOS. Novelas para uma trilogia de perdição. [S.l.], [s.n. - Comp. e imp. na Soc. Ind. Gráfica, Lisboa], 1956. In-8º (19,5cm) de 65, [7] p. ; B.
1.ª edição.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Conjunto de 3 curtas novelas.
"Novelas para uma trilogia da perdição.
São três pequenas histórias as deste pequeno livro.
Existe em todas uma ideia central, sempre a mesma, que unifica a diversidade dos conteúdos numa essência comum.
O ser humano decaíu, originàriamente, pelo pecado. A perdição constitui, daí, o perigo eterno, o corrosivo latente.
No desenrolar de cada história o homem perde sempre alguma coisa - a juventude e o sentido missional em «Desencontros»; a energia criadora em «O mais inteligente dos estúpidos»; a salvação eterna em «Dá-me o teu ser, mulher...».
(excerto da Síntese)
Novelas:
- Desencontro
1.º Tema - Quando os caminhos se cruzam, as almas conjugam-se, embora isso aconteça tarde e longe.
- O mais inteligente dos estúpidos
2.º Tema - Todos os que vivem criam alguma coisa no modo singular como vivem.
- Dá-me o teu ser, mulher...
3.º Tema - Filho de Deus, o Homem ou se salva ou lamenta não se ter salvo.
Fernando Luso Soares (1924-2004). Foi um advogado, ficcionista, ensaísta e dramaturgo português.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
15€

08 dezembro, 2014

MORAES, Wenceslau de - OS SERÕES NO JAPÃO. Lisboa, Portugal-Brasil, Sociedade Editora Arthur Brandão & C.ª, [192-]. In-8.º (19cm) de 225, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Muito ilustrada com desenhos e fotogravuras a p.b. nas folhas do texto.
Compilação de artigos publicados anteriormente nas páginas da revista Serões, informação prestada pelo próprio Wenceslau de Moraes em carta fac-similada, datada de 1925, impressa na página seguinte à folha de rosto.
"Ha um proverbio japonez, de pura essencia buddhista, que diz assim: - «Rokudô wa, mé no máe» (seis caminhos se encontram deante dos teus olhos). - O laconismo requer, evidentemente, explicações, para leitores occidentaes: seis caminhos, seis normas de conducta estão em frente do homem; da sua escolha, do caminho que elle prefere, isto é, das boas ou más acções que pratica n'esta vida, depende o destino da sua vida futura."
(excerto de O Buddhismo e o Amor)
Matérias:
- Momiji. - O Buddhismo e o Amor. - Hatakeyama Yuko. - A Architectura Religiosa no Japão. - Pés Luminosos. - Iróha no Datoé. - Album de Exotismos Japonezes. - Os Brazões Japonezes. - Vestigios da passagem dos portuguezes no Japão. - Yanaghidani Kwannon. - Chrysanthemos. - As Cascatas de Kobe. - A correspondencia epistolar no Japão. - Mankaméro. - Uji - A terra do Chá. - A nora e a sogra. - A paizagem japoneza.
Wenceslau José de Sousa de Moraes (Lisboa, 1854-Tokushima, 1929). “Oficial da Marinha, completou o curso da Escola Naval em 1875, tendo prestado serviço em Moçambique, Macau, Timor e Japão. Após ter frequentado a Escola Naval, serviu a bordo de diversos navios da Marinha de Guerra Portuguesa. Em 1885, viaja pela primeira vez até Macau, onde se estabelece. Foi Imediato da Capitania do Porto de Macau e professor no liceu da mesma cidade, desde a sua fundação, em 1894. Durante a sua estada em Macau casou com Vong-Io-Chan (Atchan), mulher chinesa de quem teve dois filhos, e estabeleceu laços de amizade com Camilo Pessanha. Em 1889 viaja até ao Japão, país que o encanta e onde regressa várias vezes nos anos que se seguem no exercício das suas funções. Em 1897 visita o Japão na companhia do Governador de Macau, sendo recebido pelo Imperador Meiji. No ano seguinte, deixa Atchan e os seus dois filhos em Macau e muda-se definitivamente para o Japão, como Cônsul em Kobe. No Japão, a sua vida é marcada pela atividade literária e pelo relacionamento com duas japonesas: Ó-Yoné Fukumoto e Ko-Haru.
Durante os trinta anos que se seguiram, Wenceslau de Moraes tornou-se a grande fonte de informação portuguesa sobre o Oriente, partilhando com os leitores portugueses experiências íntimas do quotidiano japonês. Em 1913, amargurado com a morte por doença de Ó-Yoné, Wenceslau de Moraes renunciou ao seu cargo consular, mudando-se para Tokushima, terra natal daquela. Aí viveu com Ko-Haru, sobrinha de Ó-Yoné, que viria também a falecer por doença. Em Tokushima, o seu quotidiano tornou-se idêntico ao dos japoneses. Cada vez mais solitário, e com a saúde minada, Wenceslau de Moraes viria a falecer em Tokushima, a 1 de julho de 1929, aos 75 anos de idade."
(in http://embaixadadeportugal.jp/pt/cultural/personalidades-historicas/wenceslau-de-moraes/)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos. 
Pouco vulgar e muito apreciado.
Indisponível

07 dezembro, 2014

REGO, Jayme Leotte do -SITUAÇÃO DA MARINHA DE GUERRA E ADMINISTRAÇÃO DE MOÇAMBIQUE. Discurso pronunciado na Camara dos Senhores Deputados na sessão de 21 de Fevereiro de 1907 pelo deputado... Capitão-tenente, e Resposta do Sr. Ministro da Marinha, Conselheiro Ayres de Ornellas na sessão de 25 de Fevereiro de 1907. Lisboa, Imprensa Nacional, 1907. In-4.º (23cm) de 37, [3] p. ; B.
1.ª edição.
"Ha perto de dez annos que se encontra em serviço na costa de Moçambique o vapor de guerra Baptista de Andrade, navio tão pequeno que faria má figura ao lado dos vapores de Cacilhas e do Barreiro; um pygmeu de 120 toneladas que até pôde ser feito debaixo de uma parreira no quintal de um fabricante de caldeiras em Nantes!"
(excerto do início do discurso)
Jaime Daniel Leotte do Rego (1867-1923). "Nascido em Lagos, em 1867, Leotte do Rego terminou o curso da Escola Naval em 1887. Em 1894 era já primeiro-tenente e foi promovido a capitão em 1906. Responsável por missões de reconhecimento nas colónias portuguesas em África, sobretudo em Moçambique (deixou uma extensa bibliografia, que inclui planos hidrográficos, guias de navegação e diversos outros trabalhos), aderiu ao franquismo nos anos finais da monarquia e estreou-se como deputado, pelo Partido Regenerador Liberal em1907. Nos meses que antecederam a implantação da República foi governador de S. Tomé e Príncipe, e o novo regime, ao qual aderiu, reconduziu-o no cargo.Defensor da entrada de Portugal na I Guerra, foi um dos líderes do golpe de 14 de Maio de 1915, que depôs a ditadura de Pimenta de Castro. No mês seguinte é-lhe confiado o comando da recém-criada criada a Divisão Naval de Defesa, funções que manterá até ao golpe de Dezembro de 1917, que leva ao poder Sidónio Pais. Exilado em Paris, Leotte do Rego regressa em 1919 e volta a ser eleito deputado. Morre em pleno Parlamento, a 26 de Julho de 1923, vitimado por um ataque cardíaco..."Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa frágil, restaurada, com defeitos. Ténues vestígios de humidade no interior do livro.
Raro.
Indisponível

05 dezembro, 2014

CHIADO, António Ribeiro - PRÁTICA DE OITO FIGURAS. [Prefácio de] Maria de Lourdes Belchior Pontes, Doutora em Filologia Românica. Lisboa, O Mundo do Livro, 1961. In-8º (21cm) de 14, [2], [2] p. ; [18] p. fac-sim. ; il. ; B.
Edição fac-símile impressa em papel de qualidade superior. Reprodução do exemplar existente na Biblioteca Nacional de Lisboa.
Tiragem de 1000 ex.
"Simples conversa entre oito figuras, "esta obra não tem enredo e não constitui propriamente uma comédia", segundo Alberto Pimentel, in Obras do poeta Chiado, colligidas, annotadas e prefaciadas por Alberto Pimentel, Lisboa, 28 de março de 1889.
A prática começa com um monólogo de Paiva a respeito dos vícios do paço, lugar cheio de hipocrisia, malícia e traição. De seguida, estabelece-se um diálogo entre o Paiva e o Faria (moço do Dono da Casa) sobre assuntos vários: a vida que levam com os amos, projetos para o futuro, entrada na vida eclesiástica, etc.
Entretanto, várias figuras - Ambrósio da Gama, o Negro, Lopo da Silveira, Gomes da Rocha, o Capelão e Aires Galvão - vão entrando sucessivamente e vão enriquecendo a conversa.
Dividida em duas partes, esta prática encerra temas diversos que assentam na desmistificação das instituições sociais e dos costumes do século XVI.
Assim, a conversa vai tomando rumos diferentes, deixando de lado as preocupações de carácter mais concreto para abordar assuntos mais profundos como os da conjuntura política, o desconcerto do mundo, a fugacidade das coisas, a precariedade da amizade, a venalidade, a cobiça, a vaidade dos homens e a vivência pouco cristã."

(in  http://www.infopedia.pt/$pratica-de-oito-figuras)
António Ribeiro (?-1591). "Conhecido por Poeta Chiado, nasceu em Évora em data desconhecida, cidade onde professou pela Ordem dos Franciscanos, e faleceu em Lisboa em 1591, para onde veio após ter abandonado a vida religiosa. Contemporâneo de Camões que o menciona como poeta engenhoso num dos versos do Auto de El Rei Seleuco, desenvolveu sobretudo a poesia jocosa e a sátira, através da descrição de quadros flagrantes da vida social do período em que viveu, tendo afinidades literárias com Gil Vicente.A estátua em bronze, da autoria de Costa Motta (tio), com plinto quadrangular em pedra lioz de José Alexandre Soares, foi colocada por iniciativa da vereação municipal, que desta forma quis prestar homenagem a António Ribeiro, conhecido com o nome de uma das mais conhecidas zonas de Lisboa, o Chiado, por aí morar. Alguns grandes nomes da cultura literária do princípio do século XX, como Aquilino Ribeiro, Teixeira de Pascoais e Raul Brandão manifestaram-se contra, argumentando que outras figuras seriam mais merecedoras de uma homenagem por parte do município lisboeta. Consideravam que a fama de poeta popular, arruaceiro, boémio, praguento e chocarreiro mas no entanto, talentoso, que António Ribeiro granjeava, não eram razões suficientemente válidas para justificar a colocação de um monumento em sua homenagem, numa praça de tradição cultural, junto de teatros e de duas outras estátuas de figuras das letras nacionais: Camões e Eça de Queiroz. O poeta retratado envergando o hábito de monge que se julga nunca ter abandonado, aparece numa postura de animada conversa, parecendo interpelar quem passa."
(TRINDADE, Laura, http://www.lisboapatrimoniocultural.pt/artepublica/eescultura/pecas/Paginas/Chiado.aspx)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas sujas com defeitos.
Pouco vulgar.
10€