30 junho, 2014

QUEIROZ, Antonio d'Eça de - EM BUSCA DA CHIMERA. AS SEREIAS. Lisboa, Portugalia, 1925. In-8º (19,5ccm) de 248, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Livro que integra dois romances: Em busca da chimera e As Sereias (romance marítimo).
"Os primeiros pedidos de socorro alcançaram o City of Dundee quando este paquete marchava com rumo a Valparaiso, 284 milhas. Este de Hawaï. A noticia do S. O. S. foi interceptada á hora do jantar, em 18 de Fevereiro de 1921. O mar, desde alvorecer, arfarava em uma vasta ondulação pacifica. Os thermometros registavam ao sol posto 39º centigrados.
Este pedido de socorro, palpitando bruscamente no mysterio da noite, emittido pelo telegrapho sem fio da galera Fairy Tale, de Liverpool, causou entre os passageiros do vapor uma grande comoção.
O commandante deixou o seu lugar á mesa principal para tomar as providencias necessarias..."
(excerto do texto, As Sereias) 
António de Eça de Queiroz (1891-1968). Filho de Eça de Queiroz, foi um escritor e político português. Monárquico convicto, participou no ataque a Chaves em 1912, que lhe valeria o exílio. Tomou parte no golpe de 28 de Maio de 1926 que instaurou no país a Ditadura Militar, antecâmara do Estado Novo, regime que viria a apoiar.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresentam mancha de humidade junto à parte superior da lombada.
Pouco comum.
10€

28 junho, 2014

EGEN, Jean - OS JESUÍTAS NA HORA DA CONTESTAÇÃO. Lisboa, Editorial O Século, 1971. In-8º (20cm) de 63, [1] p. ; il. ; B. Col. A Par do Tempo, 1
Trabalho sobre a Companhia de Jesus publicado originalmente em França, em 1970. "Há pouco mais de um ano, Jean Egen publicava em Le Monde Diplomatique uma reportagem sobre Os Jesuítas na Hora da Contestação, que provocou as mais violentas controvérsias, especialmente nos meios religiosos e diplomáticos da Europa."
Ilustrado com desenhos e fotogravuras no texto.
"«O delinquente inigo de Onaz e Loyola é intrépido e arrogante. Enverga uma jaqueta de coiro e anda armado com uma espada e uma pistola. É pérfido, brutal e vingativo...» Era nestes termos que o regedor de Pamplona descrevia, em 1515, o futuro fundador da Companhia de Jesus. «O delito é enorme - sublinhava -, porque perpetrado durante a noite, com malícia e insolência.» Nunca se soube qual era esse enorme delito cometida nas galhofeiras noites de Carnaval, mas, a julgar pelo relatório da Polícia, Inácio de Loyola não parecia ter nada de particular que fizesse dele um santo. Mais próprios do que a auréola terão sido as galeras e o cadafalso, que os navarros predisseram para esse impetuoso cavaleiro de então.
Ora isso prova que não se deve julgar um homem pelos seus antecedentes..."
(excerto do Cap. III, Os caminhos que conduzem a Roma)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

27 junho, 2014

OSORIO, Paulo - CRIMINOSOS LOUCOS. A criminologia moderna. A Medicina legal portuguêsa. As bases d'uma reforma. Porto, Empreza Litteraria e Typographica, 1906. In-8.º (19 cm) de 113, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo coevo de criminologia.
"Para a sciencia, o crime deixou de ser uma entidade abstracta e o criminoso um reprobo digno de ser flagellado sem dó. Porque, separada essa noção do crime, tanto quanto possivel, de todo o artificio de que o direito convencionalmnente a foi cercando, e deixar ficar nella tão sómente aquillo que, derivado das leis naturaes, o andar das civilizações, com o transmudado das epocas e dos costumes, nunca modificou, - o criminoso ficou sendo, perante o criterio scientifico, o producto naturalmente resultante de condições individuaes e mesologicas, acarretando ab ovo com taras ancestraes que, para um terreno prohibido, a fatalidade do meio, mais tarde, encaminhou. [...]
A condemnação, em face da moderna sciencia, perde pois o seu velho caracter de vingança, para ficar sendo apenas um instrumento de defesa. E eis porque o regimen das prisões deveria ser moldado em termos que não fizessem com as ideias modernas de sciencia do crime um triste e flagrantissimo contraste.
Ferri classificou os delinquentes em cinco cathegorias, differenciadas d'um modo nitido por caracteres essenciaes: o louco ou quasi louco (praticando o crime sob o imperio d'uma psycose), o nato ou instinctivo (fadado organico-psychicamente para o crime), o habitual (que do meio que o cerca e da pratica continuada do delicto foi adquirindo qualidades equivalentes ás do criminoso instinctivo), o occasional e o de paixão; e menciona correlativamente quatro classes de meios de defesa collectiva: os preventivos (policia, educação, etc.), os reparadores (indemnisações, multas), os repressivos (detenção, suspensão de direitos, desterro, etc.) e os eliminadores (morte, reclusão perpetua em estabelecimentos proprios, deportação com abandono em paizes selvagens)."
(Excerto do Cap. I)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos, manchadas de oxidação.
Raro.
Sem registo na BNP (Biblioteca Nacional).
Indisponível

26 junho, 2014

LANDELLE, G. de la - A VINGANÇA DO SARGENTO: romance maritimo. Versão de M. Pinheiro Chagas. Volume I [e II, III e IV]. Lisboa, Empreza da Historia de Portugal, 1903. 4 vols in-8º (18,5cm) de 198, [2] p., 193, [3] p., 194, [2] p. e 244, [2] p. ; il. ; E. num único tomo. Bibliotheca Portugueza Illustrada, XIV
Romance marítimo, ilustrado com belíssimos desenhos de página inteira.
"O capitão, senhor abaixo de Deus, segundo o texto dos antigos foraes maritimos, rei de bordo, commandante e chefe, que, logo que se faz ao largo, se navega isoladamente, não está submettido a fiscalisação de especie alguma, e tem direito de fazer vergar todas as vontades deante da sua, só com o risco de ser depois accusado de abuso de poder - o capitão é homem, e, como tal, não está isento de nenhuma das fraquezas nem das paixões humanas.
O seu caracter individual modifica forçosamente o regimen a bordo. Ordenanças e regulamentos de nada servem. O facto prevalece evidentemente contra o direito. Em virtude da propria lei superior a todas, a disciplina, sem a qual não ha salvação para o navio, é elle o unico senhor. Por isso sejam quaes forem as suas tendencias, as suas predilecções, os seus predicados, as virtudes e os seus vicios, as pessoas, collocadas debaixo de suas ordens, hão-de resentir-se d'elles para bem ou para mal.
Se é de indole perversa, poderá satisfazer á vontade os seus perniciosos instinctos; se quizer ser despota, se quizer ser cruel, sel-o-ha. Fará pesar um jugo de ferro sobre os seus subalternos, porque ninguem a bordo póde subtrahir-se á sua auctoridade, ou arrostal-a sem perigo.
Ora, projectando reunir debaixo do titulo collectivo de Quadros do mar uma numerosa série de estudos litterarios sobre os usos e costumes, os habitos, a vida e gestos, e os trabalhos da marinha, era impossivel omittir a pintura do Despotismo a bordo.
Tal é o objecto d'este livro..."
(excerto da introdução)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Lombada apresenta desgaste nas extremidades.
Muito invulgar.
10€

25 junho, 2014

PONTES, José - MUTILADOS PORTUGUESES : narrativas de guerra e estudos de reeducação. Lisboa, Guimarães & C.ª, 1918. In-8.º (20cm) de 192 p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de crónicas baseadas em testemunhos de soldados portugueses, feridos, regressados da Grande Guerra.
"Chronicas de jornal, feitas sobre o joelho, sem preocupações litterarias, breves, vivendo de impressões colhidas em conversas, transparecendo n'ellas a sinceridade e a modestia dos narradores, - vão ser reunidas em volume, porque, amigos dedicados, trabalhando com amor, pela obra de assistencia aos Invalidos da Guerra, julgam que são proveitosas á propaganda d'essa assistencia. Dizem respeito aos primeiros heroes portuguezes que se invalidaram fisicamente na guerra contra os allemães."
(excerto da apresentação)
Crónicas:
- De regresso da guerra, mostravam-se desalentados e deprimidos. - O primeiro cabo Pinho da Graça. - O bravo soldado Sequeira. - O soldado Eugenio Duarte. - O soldado Nuno Robalo. - Nunca mais será piloto de navios. - Os 4 bravos do posto de Mahuta. - O imperador Napoleão e o cirurgião Larrey. - A historia do José Duarte. - Dois feridos dos sitios de Coimbra. - O mutilado Seraphim Lourenço. - Joaquim Lopes, o cabo granadeiro. - Valente nas trincheiras e deprimido depois. - O cabo Torres foi um valente. - A anciedade de regressar á terra. - De retrozeiro a electricista. - Como morreu o tenente Grilo. - Estropiado pelos gazes asphyxiantes. - Esta guerra... é a guerra dos alferes. - O cabo Arnaldo Cabral. - Um soldado do 35. - O Henriques, do 15 de infantaria. - Até os mortos combatiam. - A ideia da Patria acima de tudo. - O Gonçalves, d'ao pé de Sacavem . - Ferido por um camarada. - O soldado Ramiro. - O alferes Campos Cazaes. - ... E desde hoje fez-se barbeiro. - Doentes e abandonados! - A gente de Portugal não treme. - De noite, ao soco aos «boches». - O regimento de infantaria 7. - Dois alferes do exercito de Portugal. - Exercicios de pre-reeducação. - Ainda os problemas da reeducação. - Uma só religião: - a da bondade. - Curas que parecem milagres. - As primeiras pernas provisorias. - Critica... de criticos que não sabem. - O primeiro braço de trabalho.
José Joaquim Fernandes Pontes (1879-1961). "Médico, jornalista e dirigente desportivo. Formou se pela Escola de Lisboa em 1908, defendendo a tese: Corridas de Maratona (1912). Foi mobilizado para a 1.ª Grande Guerra, onde serviu como capitão médico. Foi delegado oficial Português na 1.ª Conferência Inter Aliados. No regresso trabalhou num hospital que tratava dos traumatizados e deficientes da guerra. Houve nessa altura, algumas conferências inter aliados para estudarem medidas que viessem de encontro às vítimas da Guerra. Ele esteve nessa linha de combate. Foi pioneiro e chefiou o organismo central que zelava aqueles ex-combatentes. Por força dos bons serviços que prestou ao país e ao estrangeiro, recebeu diversas condecorações."
Exemplar brochado, em parte por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas manchadas; contracapa restaurada nos cantos; lombada com sinais de manuseio.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

24 junho, 2014

A TRAGEDIA DE 1 DE FEVEREIRO. Noticia historica do attentado contra a Familia Real Portugueza. Lisboa, [s.n], 1908. In-8.º (22,5cm) de 15, [1] p. ; [4] f. il. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo publicado pouco tempo após o regicídio. Relata as ocorrências do dia 13 de Fevereiro de 1908, desde a partida da Família Real de Vila Viçosa até à sua chegada ao Terreiro do Paço, culminando no assassinato, minutos mais tarde, do monarca português, o rei D. Carlos e o princípe herdeiro, D. Luís Filipe.
Ilustrado em extratexto com os retratos dos membros da Família Real: Sua Magestade El-Rei D. Carlos, Sua Alteza Real o Princípe D. Luis Fillipe, Sua Magestade a Rainha D. Amelia e Sua Magestade El-Rei D. Manoel II.
"Narremos os tragicos acontecimentos que vieram, manchar com sangue de monarchas portuguezes o livro brilhantissimo e aureolado da nossa historia patria onde ha paginas de epopeia e episodios grandiosos como em nenhuma outra. [...]
As carruagens partiram a trote pela rua occidental do Terreiro de Paço, e as differentes pessoas, que iam e vinham ao longo da arcada e pelos passeios, tiravam respeitosamente o chapeu, a que o rei correspondia conservando nos labios um sorriso attrahente, que a rainha imitava, inclinado a cabeça com a sua proverbial amabilidade.
Nada fazia prever a imminencia da catastrophe que segundos depois teria logar.
Quando o landau ia a descrever a curva para entrar na rua do Arsenal, n'esse momento, Buiça, um dos regicidas, affastou-se d'um kiosque de refrescos, que fica dentro das arcadas, tirou debaixo da gabão que vestia uma carabina Manlicher com que se munira, e sereno, com a maior tranquillidade, visou D. Carlos á sua vontade..."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
20€
Reservado

23 junho, 2014

TESTA, Carlos - PHASES E FACTOS NOTAVEIS DA HISTORIA MARITIMA. Pelo capitão de mar e guerra... Lisboa, Typographia Universal de Thomaz Quintino Antunes, Impressor da Casa Real, 1885. In-4º (24cm) de 174, [2] p. ; B.
1.ª edição.
"As grandes divisões da historia são feitas em relação aos tempos, e em relação aos assumptos.
A divisão da historia em relação aos tempos funda-se nas grandes revoluções operadas no systema social da humanidade, e que estabelecem épochas notaveis.
As tres divisões mais notaveis quanto aos tempos são as seguintes:
Historia antiga, comprehendendo o periodo desde os primitivos tempos até á destruição do Imperio Romano no V seculo da Era Christã.
Historia da edade média, desde a destruição do Imperio Romano até ao descobrimento do novo Mundo no fim do seculo XV.
Historia moderna, desde o fim do V seculo até aos nossos dias.
Nas divisões quanto aos assumptos, se inclue a que diz respeito á historia maritima, a qual, na parte que se refere á ordem chronologica tambem pode reportar-se as estas tres grandes epocas."
(excerto do Esboço Preliminar, Sobre a historia em geral)
Carlos Testa (1823-1891). "Oficial de Marinha e historiador. Publicista, versado em questões de Direito Marítimo. Foi, na segunda metade do século XIX, encarregado da renovação da frota portuguesa e chegou ao posto de contra-almirante."
Exemplar desencadernado em bom estado geral de conservação. Assinatura de posse na f. rosto. Requer encadernação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
10€

22 junho, 2014

A INAUGURAÇÃO DA ESTÁTUA EQÜESTRE DE EL-REI D. JOSÉ I. Narração verídica feita por um jesuíta, testemunha ocular do acontecimento. Prefácio e nótulas de Ângelo Pereira. Lisboa, Editorial Labor, 1938. In-4º (23,5cm) de 60, [4] p. ; il. ; B.
Exemplar da tiragem de 280 em papel vergé, de uma tiragem de global de 300 exemplares (os outros 20 foram impressos em papel pluma).
Ilustrado com gravuras no texto.
Contém o mapa dos gastos com o banquete que a Câmara Municipal ofereceu à Casa Real.
"Emprehendeo o Marq. de Pombal fazer-se eterno no Mundo constituhindo-se immortal na memoria dos homens, não só pela indelevel lembrança das pavorozas acçoens, que nelle executara, mas deixando-se-lhe vizivel em huma permanente efigie, e parecendo-lhe, q. ainda era pouco saber, q. quazi todos os Ministros, Negociantes, Beneficiados, e dependentes não só na Cidade de Lisboa; mas ainda nas mais populozas do Reyno, tinhão o seu Retrato por principal ornato da sua primeira Salla de vezitas tributando-lhe muitos reverentes obzequios de gratidão, e respeito. [...]
Meditou, q. na Praça do Commercio da nova Luzitania se devia erigir hum Obelisco a memoria de El Rey D. José o 1.º; e gravando-se na baze por figuras as inscripçoens significativas do Edificio; ficasse elle na frente (da mesma materia de q. fosse feita a Regia Estatua) sustentando-lhe as Armas, e a Coroa: p.ª deste modo ficar vizivel a sua imagem a nacionaes, e Estrangeiros, q. nella entrassem, e eterno no Mundo. [...]
Determinada a tarde de 6 de Junho do anno de 1775 para a expozição desta Efigie, por ser dia em q. o seu original completava 61 de Idade se forão expedindo, e executando as Ordens para estar tão magestoza, como em Portugal nunca vista solemnidade. Na manhaa de dois de Junho sahio um Bando do Senado da Camara porq. se obrigava áo Povo puzesse luminarias nas tres noites de 6, 7 e 8..."
(excerto do texto)
Matérias:
- Prefácio. - Estatua Equestre. - Peso da Estatua. - Discobrimento. - 1.º Dia. - 1.º Carro. - Mezas Publicas. - Seg.º Dia. - 2.º Carro d'Apolo. 3.º Carro do Oceano e Thetis. - Carro de Portugal Triumphal. - 5.º Carro Europa. - 6.º Carro Azia. - 7.º Carro Africa. - 8.º Carro America. - Fogo. - Meza p.ª a Corte. - Mappa. - 3.º Dia. - Considerações.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Páginas apresentam manchas de oxidação. Dedicatória autógrafa (prefaciador?) na f. anterrosto. 
Muito invulgar.
Com interesse pombalino e olisiponense.
35€

21 junho, 2014

COSTA, Roquete de Sequeira e - DEUS GUARDE A V. EX.ª... Historia dos acontecimentos politicos em Portugal, que se seguiram aos relatados no livro Saude e Fraternidade (1926-1928). Lisboa, Livraria Pacheco - Depositaria, 1924. In-8.º (18,5cm) de 207, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Obra satírica de ficção política, publicada no seguimento da obra de Campos Monteiro, «Saúde e Fraternidade».
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Pouco vulgar.
Indisponível

20 junho, 2014

COSTA, D. Antonio da - A INSTRUCÇÃO NACIONAL. Lisboa, Imprensa Nacional, 1870. In-8.º (19,5cm) de [4], 300 p. ; E.
1.ª edição.
Muito valorizada pela dedicatória manuscrita do autor ao escritor e advogado Adriano Antero de Sousa Pinto.
"Livre por natureza, o homem carece de uma instrucção que lhe desenvolva o espirito, de uma educação que lhe forme a alma, e de um trabalho que lhe seja vida, como encargo que a providencia lh impoz e como titulo de gloria com que lhe ennobrece o encargo. Ensino, educação, trabalho, estas tres instituições constituem a instrucção de todos, a instrucção nacional, e nas mãos da instrucção nacional está a vida da nação, como nas da instrucção universal está a existencia da humanidade."
(excerto da Parte I, Instrucção e Educação)
Matérias:
Parte I - Instrucção e Educação
I - A instrucção primaria. II - A educação.
Parte II - Organização e dotação da Instrucção Primaria
I - Organisação da instrucção primaria nas nações civilisadas. II - Organização portugueza da instrucção primaria. III - Reforma que se deve fazer na organização do ensino primario. IV - A grande questão da inspecção. V - A luz do futuro.
Parte III - O Alumno
I - Sudario. II - A educação da mulher. III - A Escola. IV - A educação physica. V - Organisação litteraria da escola. VI - As bibliothecas populares.
Parte IV - O Magisterio
I - A situação do professor. II - As escolas normaes. III - Entreguemos á mulher a instrucção primaria do sexo masculino.
Conclusão.
Notas. 
António da Costa de Sousa Macedo (1824-1892), "de seu nome completo, era nobre por nascimento como filho do conde de Mesquitela, tendo sido um alto funcionário administrativo, deputado e, no seguimento do seu particular interesse pelas questões educativas, o primeiro titular do Ministério da Instrução Pública, criado em 1870, lugar onde desencadeou uma série de importantes reformas. Humanista ilustrado, foi um escritor prolixo, muito apreciado pelos seus contemporâneos, contando-se entre as suas obras O Casamento Civil (1865), Necessidade de um Ministério de Instrução Pública (1868), A Instrução Nacional (1870), História da Instrução Popular desde a Fundação da Monarquia até aos Nossos Dias (1871) e No Minho (1874)."
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Aparado. Lombada algo desgastada nas extremidades.
Muito invulgar.
25€

19 junho, 2014

MONTEIRO, José António Pereira - O EXÉRCITO LIBERTADOR : 1828-1834. Lisboa, Direcção do Serviço Histórico-Militar, 1989. In-8º (20,5cm) de [1], 36 f. ; il. ; B. Cadernos de História Militar, N.º 4
"A formação de um "Exército Libertador" enquadra-se no processo de instauração do liberalismo em Portugal, que só veio a terminar ao fim de catorze anos de lutas por vezes renhidas e muito complexas, marcados por uma alternância de vitórias e derrotas.
A situação militar foi marcada, particularmente a partir de 1828, pela alternância de comandos e a divisão em dois Exércitos bem definidos que terminou apenas em 1834, com a Convenção de Évora-Monte.
Analisar o período em questão, à luz das exigências da moderna historiografia científica não é tarefa fácil, devendo-se essa dificuldade em grande parte ao estado da historiografia portuguesa a ele relativa.
Grande parte da historiografia desta época foi quase sempre escrita pelos vencedores e transmitida normalmente por cronistas oficiais..."
(excerto da introdução)
José António Pereira Monteiro é licenciado em História, variante de Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O presente trabalho foi objecto de uma palestra realizada no auditório deste Serviço [Histórico-Militar] em 26 de Maio de 1988.
Brochura em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Exemplar stencilizado, sem indicação de registo na BNP (Biblioteca Nacional).
Indisponível

18 junho, 2014

GUERRA, Luiz de Figueiredo da - VIANNA DO CASTELLO : esboço historico. Por... Associado do Instituto de Coimbra, Socio correspondente da Real Associação dos Architectos e Archeologos de Lisboa, etc. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1878. In-8º (20,5cm) de VII, 103, [5] p. ; [4] f. il. ; B.
1.ª edição.
Apreciada monografia oitocentista de Viana do Castelo. Ilustrada com quatro gravuras em extratexto.
"Publiquei ha annos na Aurora do Lima, em folhetins algumas noticias sobre Vianna, que foram bem acolhidas pelos viannenses.
Desde logo me pediram que reunisse aquelles apontamentos e formasse um livro; resolvi hoje fazel-o, alterando umas cousas e accrescentando outas, pois cada dia possuia melhores documentos."
(excerto do prólogo)
Matérias:
Primeira Parte - VIANNA ANTIGA
- Prologo. - Calpe. - Celticos. - Lethes. - Vianna. - Decio Junio Bruto. - Ruinas. - Hoje. - Notas.
Segunda Parte - VIANNA MODERNA
- Brutonia . - Foral. - Normandos. - Matriz - mareantes e clerigos. - Castello, alcaides e condes. - Privilegios. - Conventos. - Egrejas, capellas e misericordia. - Edificios publicos, camara, alfandega, vedoria e quartel. - Porto, caes e pontes. - Homens notaveis. - Curiosidade historica. - Conclusão.
Luís Figueiredo da Guerra (1853-1931). Magistrado natural de Viana, dedicou-se à pesquisa histórica regional; foi uma figura incontornável da cultura vianense.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Mancha na parte inferior das capas, junto à lombada, atinge as primeiras páginas da obra (com pequena incidência).
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

17 junho, 2014

ORNELLAS, Ayres d' - O IMPERIO COLONIAL PORTUGUEZ PERANTE A GUERRA ACTUAL. Conferencia pronunciada na Liga Naval Portugueza em 26 de Novembro de 1917. Lisboa, Typographia do Annuario Commercial, 1917. In-8.º (22,5cm) de 27, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Aires de Ornelas (1866-1930). "Militar e político monárquico do virar do século XIX para o XX, Aires de Ornelas e Vasconcelos foi um dos mais devotados africanistas portugueses. Governador geral de Moçambique entre 1896 e 1898 e Ministro da Marinha e Ultramar do Gabinete de João Franco (1906-1907), publicou diversos trabalhos sobre as campanhas de África e a experiência de administração colonial portuguesa."
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas manchadas; páginas oxidadas.
Muito invulgar.
Indisponível

16 junho, 2014

FURTADO, Arruda - O HOMEM E O MACACO (Uma questão puramente local). Ponta Delgada, [s.n. - Edição do Autor], 1881. In-4.º (23cm) de 30, [2] p. ; [1] f. desd. ; B.
1.ª edição.
Curioso trabalho publicado em Ponta Delgada, Açores. Ilustrado com desenhos do autor em folha desdobrável à parte.
"Este opúsculo é uma explicação, à luz da teoria da evolução, da origem não só do homem mas também de todos os seres vivos. Esta explicação é feita de modo rápido e claro, recorrendo a uma vasta gama de conhecimentos sobre as leis do universo e à estrutura dos outros astros; a exemplos da etologia, da embriologia e da paleontologia; contestando a Inquisição e evocando Bruno, Galileu e Espinosa; e citando Huxley, Darwin e Lamarck.
Segundo Joaquim dos Reis, que recenseou esta publicação na revista A Era Nova (1881), 11: 476-478: «Apesar do autor declarar no subtítulo que a sua obra é “Uma questão puramente local”, o folheto do Sr. Arruda Furtado merece a atenção da crítica, porque não se limita a uma simples polémica, como parece à primeira vista. O Sr. Furtado, [...], faz um breve e bem pensado resumo da doutrina darwiniana. A matéria, além de bem exposta e bem condensada, é apresentada num estilo claro e facilmente compreensível aos leitores menos letrados, porque as imagens, de que o autor se serve, primam pela simplicidade e estão postas ao alcance das inteligências menos cultas. É um trabalho de vulgarização, e está nisto o seu maior elogio»." (in http://siaram.azores.gov.pt/naturalistas/arruda-furtado/CD-AFurtado/monografias/monografias.html)
"Ha dias, sabendo que a historia natural nos não era completamente estranha, algumas pessdoas vieram perguntar-nos que quereria dizer o Rev.º Rogerio com umas phrases que pareciam cheias de terror, pronunciadas em dois sermões seguidos, na presente quaresma.
As phrases eram, pelo que nos contaram: «E ainda ha sabios que acreditam que o homem descende do macaco!... Nós somos todos filhos de Deus Nosso Senhor Jesus Christo!...»
(Excerto da introdução)
Francisco de Arruda Furtado (Ponta Delgada, 1854-Fajã de Baixo, 1887). “Apaixonado pela história natural desde muito novo, com 19 anos tornou-se colaborador de Carlos Machado, contribuindo para a fundação do Museu de Ponta Delgada (1880) e incluindo-se no grupo de naturalistas açorianos que veio a organizar-se em torno desta instituição e de alguns jardins particulares. Com o objectivo de divulgar as espécies animais açorianas, enviou amostras de espécies animais e vegetais a diversos especialistas estrangeiros com quem se correspondeu. Esse interesse pelo arquipélago aumentou desde que Charles Darwin, em 1859, publicou a sua obra Origin of species by Means of Natural Selection para explicar a evolução dos seres vivos. Esta circunstância marcaria a sua actividade no Museu de Lisboa, para onde se transferiu em 1885, e onde a sua actividade científica passou a estar envolvida com a organização de colecções museológicas e com a descrição de espécies. Foi membro honorário da Philosophical Literary Society de Leeds e da Sociedade de Geografia de Lisboa. Proposto para membro da Academia Real das Ciências de Lisboa não chegou a ser nomeado por entretanto ter falecido. Publicou algumas poucas dezenas de artigos científicos e de divulgação nos Açores, em Lisboa, em Paris e em Londres.”
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa apresenta pequena falha de papel no canto superior dto, e uma maior, na parte inferior.
Raro.
Indisponível

14 junho, 2014

LOPES, Norberto - MAIS VALE ANDAR NO MAR ALTO... (Impressões do Periplo de Africa). Lisboa, Composto e Impresso na Ottosgrafica, [1925]. In-8.º (19cm) de 287, [1] p. ; B.
Capa de Stuart Carvalhais.
Crónicas de viagem.
"Este livro foi escrito sobre o mar. No recolhimento da camara de um navio de guerra, á hora em que as embarcações dormiam sobre os turcos, eu ia traçando rapidamente as minhas impressões num diario de viagem..."
(excerto do prefácio do autor)
Matérias:
- A Ilha dos Bordados. - A tristesa e o abandono de S. Vicente. - Tartarin na Guiné. - A ilha encantada do Princípe. - O encanto do Zaire. - Os degredados de Loanda. - Uma cidade sem alma. - Como se ama no Cabo da Boa Esperança. - A lenda de Sofala. - A Africa heroica e lendaria. - A Alma Portuguesa sobrevivente em Zanzibar. - Os peregrinos do Santo Sepulcro. - A melancolia de Jerusalem. - As ruinas de Carthago. - Dá cá Lisboa!
Adolfo Norberto de Morais Carvalho Lopes (1900-1989). Escritor, cronista, repórter e jornalista português. "Foi um dos mais reputados jornalistas do século XX, carreira que abraçou com apenas 18 anos de idade. Chefe de Redacção do Diário de Lisboa desde a sua fundação (1921), foi também seu Director (1956-1967) e fundador de A Capital (1968), jornais onde sempre se destacou na luta pela liberdade de imprensa e consequente abolição da censura prévia."
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Pouco vulgar.
20€

13 junho, 2014

FIGUEIREDO, Fidelino de - CRITICA DO EXILIO. Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1930. In-8º (19cm) de 269, [3] p. ; [1] f. il. ; B.
"Reuno neste volume alguns dos ensaios de critica e de historia, que redigi durante o meu exilio em Hespanha nos annos de 1927-1929, praticando um preceito famoso, que é toda a philosophia dessa situação moral, excessivamente lamentada desde Ovidio aos poetas liberaes do romantismo; esquecer muito e aprender alguma coisa." (excerto da introdução)
Matérias:
Eça de Queiroz Inédito. - Parenthesis anti-geographico. - Garcia de Rezende. - Sciencia e espionagem. - Donjuanismo e anti-donjuanismo em Portugal.
Fidelino de Figueiredo (1889-1967). "Notabilizou-se como professor, historiador e crítico literário, tal como na faceta de ensaísta e de intelectual cosmopolita. Licenciou-se em Ciências Histórico-Geográficas na Faculdade de Letras, em 1910, iniciando a sua vida profissional por se dedicar ao ensino e à vida política nos conturbados tempos que se seguiram à implantação da República. Exerceu vários cargos públicos: funções no Ministério da Educação, director da Biblioteca Nacional e deputado. Fundou e dirigiu a Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos e a Revista de História (1912-1928). Exilando-se em Madrid em finais da década de 20, por razões políticas, é contratado como professor de Literatura pela Universidade Central. Já na década de 30, depois de regressado a Portugal, celebrizou-se nas actividades de conferencista e professor convidado de Literatura em várias universidades europeias e americanas. Contratado pela recém-criada Universidade de S. Paulo (1938-1951), funda aí e, lodo de seguida, também na Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro, os Estudos de Literatura Portuguesa, de cujo magistério nasce um dinâmico grupo de discípulos, de entre os quais se contam prestigiados docentes e investigadores (António Soares Amora, Cleonice Berardinelli, Segismundo Spina, Carlos de Assis Pereira, Massaud Moisés, etc.). Além dos vários cursos de graduação e pós-gradução, dirigiu e colaborou activamente na revista de Letras (1938-1954), publicação da referida Univ. de São Paulo. Atingido por incurável e progressiva doença, deixou as funções docentes em S. Paulo, regressando definitivamente a Portugal, à sua casa de Alvalade.
Na área dos Estudos Literários, deixou uma vasta, fecunda e influente obra, nos campos da Crítica Literária e do Ensaio, da História e da Literatura Comparada, bem como da Teoría Literária. O seu grande contributo reside no propósito de contribuir para a profunda modernização teórico-metodológica das disciplinas que integram esta área de conhecimento. Neste domínio, criticou frontalmente os pressupostos teoréticos e os resultados da historiografia de Teófilo Braga, de matriz romântico-positivista. Neste esforço renovador, entre as suas grandes matrizes teóricas, destacam-se três: 1ª) a crítica "científica" francesa de finais do séc. XIX e inícios do séc. XX; 2ª) o influente pensamento hispanista de Miguel de Unamuno e M. Menéndez y Pelayo); 3ª) a filosofia estética do italiano Benedetto Croce. Foi ainda pioneiro na nova área da Literatura Comparada em Portugal, quer no domínio da sua conceptualização teórica, quer na elaboração de sugestivos estudos de crítica comparativista. Ao mesmo tempo, patenteando um agudo sentido cívico e manifestas preocupações existenciais, dedicou-se a uma contínua reflexão ensaística, de natureza cultural e filosófica, mais acentuada no final da sua vida." (in http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/fidelino.htm)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Pouco vulgar.
Indisponível