29 setembro, 2015

QUINTA PATINO : ESTORIL. Fotografia: Manuel Gomes da Costa. [S.l.], Espart-Grupo Espírito Santo, [s.d.]. In-fólio (30cm) de [18] p. ; todo il. ; E.
Tiragem exclusiva de 1.000 exemplares numerados, para oferta de Quinta Patino, Sociedade de Investimentos Turísticos e Imobiliários, S.A. (O presente exemplar leva o N.º 237).
Edição de prestígio. Obra luxuosa de promoção ao conhecido empreendimento imobiliário, famoso pelas festas memoráveis aí realizadas nos anos 60 do século passado pelo seu proprietário - Antenor Patiño - que, em 1968, pôs Portugal no roteiro do jet-set internacional, com a organização da "festa das festas", um baile referenciado em todo o mundo que contou com a presença de 1500 convidados.
Trata-se de um conjunto de rara beleza gráfica ilustrado superiormente com fotografias a cores dos mais belos recantos da quinta.
"Parada no tempo, cercada por vales e montes onde crescem pinheiros, cedros e oliveiras, tendo por horizonte o brilho prateado do mar, ergue-se a casa outrora construída por Antenor Patiño, em que a riqueza arquitectónica aliada ao encanto luxuriante dos jardins formam um conjunto onde viver é um dom e convidar um orgulho.
A arquitectura de Leonardo Castro Freire, de raíz portuguesa com laivos renascentistas, revela promenores que demonstram uma incessante procura de perfeição."
(excerto de A História da Quinta)
Encadernação em tela com ferros gravados a ouro, aplicação manual de uma fotografia e estojo executado artesanalmente.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível

28 setembro, 2015

LIMA, Manuela - O CONTRIBUTO DA DEMOGRAFIA HISTÓRICA PARA OS ESTUDOS EM ANTROPOLOGIA GENÉTICA. Ponta Delgada, Separata da Revista "Insvlana", 1999. In-8º (21cm) de 14 p. ; il. ; B.
Comunicação preparada pela Professora Doutora Manuela Lima para o colóquio realizado na Ilha das Flores, a 3 de Setembro de 1999, no âmbito do Projecto "Aspectos da História e da Biodemografia da Ilha das Flores". Insvlana, LV-1999, pp. 201 a 210.
                   ..............................
"Para além de todos os aspectos de natureza iminentemente histórica e cultural que podem ser estudados a partir da base de dadaos da ilha das Flores, ela irá permitir a análise de aspectos ligados à estrutura genética desta população. Com efeito, o marcado isolamento geográfico, e o tamanho previsto para a população florentina inicial, fazem da ilha das Flores um campo de estudo extremamente apelativo em Genética Populacional Humana."
(excerto de O Projecto "Demografia Histórica e Dinâmica Bio-Cultural da Ilha das Flores")
Matérias:
- Os Dados da Demografia Histórica e a Antropologia Genética. - As Bases de Dados Populacionais. - O Projecto "Demografia Histórica e Dinâmica Bio-Cultural da Ilha das Flores".
Exemplar brochado em bom estado conservação.
Invulgar.
Com interesse regional.
10€

27 setembro, 2015

BARATA, Antonio Francisco - O MANUELINHO DE EVORA : romance historico (1637). Por... Coimbra, Imprensa Litteraria, 1873. In-8º (20,5cm) de [8], 300 p. ; E.
1.ª edição.
Romance histórico. Narrativa da resistência eborense à dominação castelhana que culminaria na Restauração, em 1640. Para a elaboração deste trabalho, o autor socorreu-se de documentos coevos pertencentes ao espólio da Biblioteca de Évora.
"Vagarosamente passava para Portugal o anno do Senhor de 1637. E vagarosamente passava porque a patria de D. João I desde 1581 era escrava de Castella, podendo e devendo ser a parte mais dilecta dos monarchas hespanhoes na Peninsula. O seu clima, o seu uberrimo solo, seus famosos portos, notoriamente o de Lisboa e o genio esforçado de seus naturaes, não menos que Andaluzia lhe davam jus, se não a reino independente com leis proprias e costumes seus, ao menos a ser a primeira provincia que desde os pyrineus ao Estreito devia merecer os cuidados dos governantes castelhanos. Grave erro foi a administração de Castella com respeito a Portugal, que os Governadores do reyno depois que expirára D. Henrique, criminosamente agrilhoaram ao carro triumphante do Demonio do meio dia. É-nos porém lisongeira a ferre a dominação de Castella. Os valentes de mil combates, os dominadores do mar, deviam inspirar serios cuidados ao leão Castelhano. A raça de Viriato era muito para temer."
(excerto do Cap. I, O romeiro de Sant'Iago)
António Francisco Barata (Góis, 1836 - Évora, 1910). “Erudito, publicista, escritor, historiador e grande observador dos costumes nacionais. Órfão e sem recursos, iniciou-se na vida profissional como aprendiz de barbeiro em Coimbra. Espírito curioso e amante da leitura, o contacto com os lentes da Universidade, que frequentavam a barbearia onde trabalhava, determinaram a sua formação de autodidacta. Aos 24 anos publicou a primeira obra, sob o título, Lucubrações de Um Artista (1860), que reunia algumas composições poéticas. No ano seguinte (1861) dava à estampa a Breve memória histórica acerca da velha Coimbra, arrasada por Ataces e Remismurado, e da fundação ou edificação da actual Coimbra; em 1862 um drama em quatro actos, A Conquista de Coimbra; e em 1863, as Novas Lucubrações de Um artista. Trabalhador infindável e polemista vigoroso, é extensíssima a sua obra dividida em vários géneros literários, tendo firmado alguns dos seus escritos com os pseudónimos de D. Bruno da Silva e Bonifaciano Tranca Ratos, este adoptado em polémicas e em assuntos que se prestavam à ironia. Colaborou com os vários periódicos existentes em Évora, Elvas, Estremoz, Barcelos e Coimbra. A sua bibliografia é bastante vasta, pois era profundo conhecedor dos costumes e história da região de Évora, dedicando à cidade a sua vida e erudição, através de ensaios de história e arqueologia. Escreveu romances históricos como O Manuelinho de Évora (1873), fez recolha de composições para o Cancioneiro Quinhentista (1902), que se pretendia a continuação do de Garcia de Resende. Colaborou também no Dicionário Heráldico e no Dicionário Espanhol-Português e Português-Espanhol de Figanière (1879). Espírito empreendedor, foi fundador da «Typographia Minerva», inicialmente situada na Praça de Giraldo, nº 40 e 41. Nos primeiros anos do século XX, já velho e doente, ainda produziu algumas obras: Évora e seus arredores (1904), Évora Antiga (1909), e Homenagem de Évora a Alexandre Herculano (1910). Nos últimos anos da sua vida, procurou deixar uma bibliografia de toda a sua produção, Escritos e Publicações de António Francisco Barata - 1866-1908. Personalidade controversa para muitos seus contemporâneos, a verdade é que foi um homem singular.”
(in http://bdalentejo.net/conteudo_a.php?id=103)
Belíssima encadernação da autoria de mestre Frederico d'Almeida em meia de pele. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

26 setembro, 2015

CASTELLO BRANCO, Camillo - SEGREDOS D'ALMA. Fac-simile d'um autographo do Mestre. Lisboa, [s.n. - imp. na Papelaria e Typographia Liberty, de Lamas & Franklin, Lisboa], 1914. In-4º (25cm) de 8 p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Tiragem: 110 exemplares.
A respeito desta obra, e com a devida vénia, reproduzimos a descrição que dela faz Miguel de Carvalho no seu excelente catálogo «Descrição Bibliográfica Camiliana»:
“O autógrafo reproduzido consiste numa poesia datada e subscrita: Porto 8 de Janeiro de 1855 e vem antecedido de uma introdução não assinada mas que se sabe ser da autoria de Joaquim Madureira (Braz Burity). A edição, cujos exemplares são hoje muito raros, foi confinada apenas a 110, impressos em excelente papel Wathman e todos numerados [o presente com o número 35] e acompanhados de um retrato de Camilo impresso sobre papel couché.”
                                    ..................................
"Em mãos de bibliophilos, de collecionadores , de curiosos, de amadores e até de indifferentes, andam autographos - uns ineditos, na sua belleza romantica, como esse que inedito se nos afigura e em fac-simile se reproduz n'esta planqueta, outros talvez impublicaveis na sua rispida intimidade. [...]
Com todos esses materiaes poder-se-ia formar ainda um volume ou volumes de «Camillo Posthomo» e o producto d'essa edição poderia ser como que o fundo da subscrição para o seu monumento - como para esse fundo - gota de agua no oceano - é a receita integral d'estes cento de dez exemplares que mão amiga, carinhosa mão de um obscuro e enthusiasta admirador de Camillo, hoje offerece, commemorando o vigesimo quarto anniversario do seu passamento, a cento e dez admiradores do Mestre dos Mestres."
(excerto do preâmbulo)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Conserva na lombada as fitas cruzadas, em vermelho, servindo de costura.
Muito invulgar.
Peça de colecção.
Indisponível

22 setembro, 2015

PESSANHA, Camilo - FLORIRAM POR ENGANO AS ROSAS BRAVAS. Antologia ilustrada de... Selecção e prefácio de Miguel Serras Pereira. [Macau], Edição de Um Grupo de Admiradores do Poeta, [1976]. In-4º (26,5cm) de [2], 32, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Bonita antologia, belissimamente ilustrada com seis desenhos de página inteira - especialmente concebidos para esta edição - da autoria de A. A., Adolfo Pereira, Augusto Serro e Margarida Jacinto.
Contracapa: fotografia datada de 1912 e obtida em Macau, no jardim da residência de Lou Lim Iéoc. Na primeira fila vê-se Sun Iat Sen (o segundo a contar da direita para a esquerda) e Camilo Pessanha (o primeiro da esquerda para a direita).
"Um poeta tem o direito de ser julgado (e nós de o julgar) pelos seus melhores poemas. Este é o único porquê desta antologia de Camilo Pessanha, endossada a Macau. [...]
Quando se fala de um poeta como Camilo Pessanha, que escreveu o que escreveu e levou a vida que levou, costuma afastar-se esta última como pouco edificante. É, uma vez mais, a recusa de compreender que se não basta a transgressão puramente negativa, das leis e dos costumes vigentes para se fazer algo de novo, também nada se pode fazer que valha apena sem incorrer no risco da sua transgressão.
Porque, por muitas voltas que lhe demos, resta-nos um facto. Se Camilo Pessanha tivesse levado muito a sério a sua carreira de funcionário em Macau, se tivesse buscado acima de tudo a promoção hierárquica e o agrado dos diversos «legítimos superiores», talvez tivesse tido um mausoléu de maiores dimensões nalgum dos cemitérios locais. Mas não teríamos certamente a «Clépsidra», nem esse aparente engano, e afinal verdadeiro milagre, de um florir de rosas bravas no Inverno, sob a queda nupcial da neve, de que foi ele o mensageiro humilde e tão célere."
(excerto do prefácio)

"Desce em folhedos tenros a colina:
- Em glaucos, frouxos tons adormecidos,
Que saram, frescos, meus olhos ardidos,
Nos quais a chama do furor declina...

Oh vem, de branco, - do imo da folhagem!
Os ramos, leve, a tua mão aparte.
Oh vem! Meus olhos querem desposar-te
Reflectir-te virgem a serena imagem.

De silva doida uma haste esquiva
Quão delicada te oscultou num dedo
Com um aljôfar côr de rosa viva!...

Ligeira a saia... Doce brisa impele-a...
Oh vem! De branco! Do imo do arvoredo...
Alma de silfo, carne de camélia..."

Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas apresentam picos de acidez.
Muito invulgar.
A BNP possui apenas um exemplar.
Indisponível

21 setembro, 2015

FONSECA, Fr. João Marianno de N. Senhora do Carmo - MEMORIA HISTORICA DA JUNTA DE CAMPO-MAIOR OU HISTORIA DA REVOLUÇÃO DESTA LEAL E VALOROSA VILLA. Por... Elvas, Antonio José Torres de Carvalho, 1912. In-8.º (19cm) de 326, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Tiragem de 100 exemplares. 
Importante subsídio para a história da 1.ª das Invasões Francesas. Obra ilustrada com bonitas capitulares e vinhetas tipográficas. Contém reprodução de ordens, proclamações, ofícios, cartas, etc.
Matérias: [Dedicatória]. [Nota explicativa]. Introducção - Campo maior: sua topoggraphia; conjecturas sobre a origem do seu nome: do seu timbre: trasmudação do seu dominio de Castella a Portugal: sua Fortificação, e suas differentes alteraçoens em differentes tempos, e suas causas, e seu estudo até á epoca da Revolução.
I - Estado de Campo-maior relativo ao do Reino: transito dos Hespanhoes, e commisão do Sargento-mór da Praça João José Antunes Gaivão. II - Revolução de Campo-maior: sua origem e Authores. III - Entrafa das tropas Hespanholas: Proclamação de Moreno: seu governo, e estado apparatoso. IV - Acclamação solemne de S. A. R.: benção das bandeiras, Portugueza e Hespanhola: juramento ás mesmas: seu levantamento e descubrimento das Armas Reaes. V - Congresso geral, e seu objecto. VI - Estabelecimento da Junta: reflexoens sobre a mesma: sua necessidade. VII - Investidura da Junta de governo provisional: origem de independencia. Surpresa de Michel. VIII - Deputação da Junta a Badajoz: seu objecto e resultado. IX - Disposiçoens ácerca da organisação dos Corpos Militares: obstaculos á sua execução: do novo Regulamento de Cavallaria; ordem inhibitoria dos abuso dos laços; das Ordenanças de pé, e Companhias de Egoas; erecção da Caixa Nacional; nomeação do Inspector de viveres, e suas funcçoens. X - Estabelecimento da Junta Militar: seu regimento, e motivo delle; entrada dos Artilheiros Portuguezes: nomeação do Aposentador mór, e sua causa. XI - Do hospital militar, e providencias a elle relativas, e a outros objectos interessantes. XII - Expedição do Capitão João Couceiro da Costa: progressos da Restauração. XIII - Continuação do mesmo sujeito. XIV - Prisão do Brigadeiro João Barreiros Garro Tavares, e do Major de Ordenanças, José Dias Alão, e do genro deste, Antonio Joaquim dos Santos: sua causa e circunstancias. Impetração da sua justificação, e livramento. XV - Continuação do mesmo sujeito, e seu resultado. Cezario, e Xara são mandados a Coimbra. XVI - Ordem para marchar de Campo-maior a Tropa Portugueza; obstaculo á sua execução: conselho de guerra dos Hespanhoes, e seu objecto. XVII - Divulga-se a desgraça de Evora: precauçoens da Junta: Concelho militar, e seu objecto. XVIII - Segunda Deputação: seu objecto, e resultado Entrada do Regimento N.º 8, do novo de Voluntarios de Portalegre, e de Millicias desta Cidade em Campo-maior. XIX - Intimação de Loison: sua ardileza na occultação da sua marcha. Procedimento honrado de Moreno, e vigilancia da Guarnição. Eleição do Juiz de Fora em Deputado residente em Badajoz. XX - Estabelecimento da Junta de Finanças: Amplidão dos seus puderes e suas funcções. XXI - Junta de Policia, e suas funcções. XXII - Cezario e Xara voltão da sua dilligencia: descripção della. Recebimento de Cezario por Moreno. XXIII - Instrucçoens do General Bernardim Freire de Andrada. XXIV - Commissão de Cezario a Badajoz, e sujeito da mesma. XXV - Desavenças de Moreno com Cezario, seus motivos, e resultado. XXVI - Terceira e ultima Deputação. XXVII - Retirada de Moreno: anecdotas do seu governo, e outras particularidades. XXVIII - Entrada de Trias, e seu recebimento. XXIX - Presidencia da Junta de Governo. XXX - Continuação do mesmo sujeito. XXXI - Inspecção do Major Bilstein. XXXII - Pretençoens do General Galluzo. XXXIII - Tomadias de effeitos dos Francezes. XXXIV - Extremidades da Junta de Governo, e seus ultimos recursos. XXXV - Entrada do General Leite em Campo-maior, e seu recebimento. Tornada de Cezario, e Xara. XXXVI - Movimento das tropas Portuguezas. Presidencia de Vasconcellos. XXXVII - Movimento das tropas Hespanholas. Governo de Vasconcellos. XXXVIII - Resolução do Supremo Governo. XXXIX - Regimento da Junta de Governo, e seus feitos. Seu zelo. XL - Sessão ultima.
Fr. João Mariano de Nossa Senhora do Carmo da Fonseca. "Religioso dos Menores observantes da Provincia do Algarve, Prégador da Real Capella de Villa Viçosa. Líder da população e ídolo das gentes de Campo Maior, na sua tomada de posição colectiva apoiando D. Miguel I. Chefe do partido absolutista, escreveu Relação Abreviada dos Factos mais Recomendáveis da Revolução de Campo Maior e Memória Histórica da Junta de Campo Maior."
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa suja com defeitos. Sem contracapa.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

19 setembro, 2015

AZEVEDO, António de - O MAUSOLÉU DE S. FRUTUOSO DE BRAGA. Guimarães : 1961-1964. Braga, [s.n. - Livraria Cruz], 1965. In-4º (26,5cm) de 48 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Bonita monografia, totalmente impressa sobre papel couché, ilustrada com desenhos no texto e fotogravuras em página inteira.
"A Capela de São Frutuoso ou Capela de São Frutuoso de Montélios, situada em S. Jerónimo de Real (Braga), é uma pequena capela datada da segunda metade do século VII, ou seja pré-românica. «Montélios» é a tradução de «Monte Pequeno». Nas «Inquirições» do rei D. Dinis esse local é chamado de «Montêlhos». Diversas doações do séc. IX e X, falam neste monte, as quais estão patentes no livro ’’Fidei’. Esta capela de traça visigótica, parece ter sido inspirada nos Mausoléus bizantinos. O seu interior pode considerar-se como um verdadeiro exemplar da Arquitectura islâmica. Foi mandada edificar por São Frutuoso, bispo de Braga e de Dume e daí o seu nome actual. Inicialmente foi-lhe dado o nome de capela de São Salvador de Montélios. Durante o século XVII, foi incorporada no Convento de São Francisco.
Ao longo da sua existência, esta capela sofreu diversas alterações. Durante a ocupação moura grande parte deste templo foi destruído, tendo sido reconstruído durante os séculos X e XI, o que lhe deu um aspecto visigótico.
Esta capela foi classificada como Monumento Nacional (Decreto 33 587, DG 63, de 27 de Março de 1944)."

(in wikimapia.org)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

18 setembro, 2015

PINTO, Silva - SANTOS PORTUGUEZES. Lisboa, Livraria de Antonio Maria Pereira, 1895. In-8.º (18,5cm) de [4], 268, [4] p. ; E.
1.ª edição.
Colecção de curtas biografias de santos da devoção nacional.
Relativamente a este conjunto biográfico, diz-nos no prefácio o autor: - "Falo de humildes perante o seu Deus; falo dos que, na culminancia do poder, ou na simplicidade da vida, sacrificaram do espirito e do coração aos necessitados de pão e de carinhos; falo de santos portuguezes, que temperaram com o heroismo da Humildade o heroismo da Soberba do Portugal valente - e a breve termo do esquecimento. Desponto simplesmente a arestas mysticas do Flos Sanctorum, para vos mostrar apenas espiritos sanctificados pela Caridade - a doce irman da Justiça - antes que os sanctificasse a Egreja."
Santos biografados:
I - S. Gonçalo de Amarante. II - S. João de Deus. III - S. Fructuoso. IV - Santa Joanna. V - Santa Izabel. VI - Santa Comba (de Coimbra). VII - Santa Comba (de Traz-os-Montes). VIII - Santa Comba (do Alemtejo). IX - Santa Iria. X - Santa Senhorinha de Basto. XI - Santa Godinha. XII - S. Damaso. XIII - Santo Antonio. XIV - Santa Eufemia. XV - Santa Marinha. XVI - Santa Engracia (I). XVII - Santa Engracia (II). XVIII - Santa Thereza (de Ourem). XIX - Santa Matrona. XX - Santa Vicencia. XXI - Santa Felicissima. XXII - Santa Quiteria. XXIII - Varias Santas: (Celerina, Suzanna, Livrada, Basilissa, Victoria, Marciana, Germana, Genebra, Revocada, Maxima, Julia, Pelagia, Achileya, Theodosia). XXIV - S. Francisco Xavier. XXV - S. Rozendo. XXVI - Varios Santos: (Martinho, Victor, Pedro de Rates, Frei Gil, Mansos, Verissimo, Cucufate, Theotonio). XXVII - S. Geraldo.
António José da Silva Pinto (1848-1911). "Foi um crítico literário, ensaísta, dramaturgo e romancista português, da segunda metade do século XIX. Foi um dos principais doutrinadores do Realismo-Naturalismo, privilegiando a estética de Balzac, de cuja obra foi tradutor e grande admirador, e a crítica de Gustavo Planche. Depois de uma passagem pelo colégio de jesuítas de Campolide, começa a trabalhar como ajudante de despachante de alfândega. A partir de 1872, dedica-se ao jornalismo, estreando-se como colaborador no jornal O Trabalho e fundando, juntamente com Magalhães Lima, Gomes Leal, Guilherme de Azevedo e Luciano Cordeiro, a revista literária O Espetro de Juvenal. Ao longo da sua vida, deixará uma imensa colaboração dispersa por periódicos como O Ocidente, Jornal da Tarde, A Atualidade, A Voz do Povo, Revista do Norte e Revista Literária, parte da qual foi posteriormente recolhida nos três volumes dos Combates e Críticas. Em Espanha, combate ao lado dos republicanos contra os carlistas. Depois de uma estada de dois anos no Brasil, regressa a Portugal."
(in infopedia)
Encadernação em meia de pele com cantos, com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Capa apresenta restauro.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

17 setembro, 2015

MACEDO, Santos - CARTILHA Z (Gases de Combate). Prefácio do Tenente-coronel de Artilharia Mario da Silveira Guerra Freire Themudo. Por... Tenente de Engenharia. [S.l.], Edição do Autor, [1935]. In-8.º (16,5cm) de 71, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada nas páginas do texto com fotogravuras, desenhos esquemáticos e desenhos de equipamento anti-gás.
"O interêsse pela guerra química encontra-se no nosso País ainda localizado num limitado número de pessoas que em vão se esforçam por convencer a grande massa de uma população que aguarda com raro estoicismo a hora do sacrifício... [...]
Na extrema guarda avançada dos que porfiadamente se empenham pela organização da protecção anti-química no nosso País, encontra-se o autor desta excelente publicação. [...]
Os seus artigos publicados na Revista Defesa Nacional e as sua acertadas opiniões sôbre quaisquer questões  relativas à guerra química tornaram-no bem conhecido e muito apreciado por todos aqueles que se dedicam à especialidade.
O seu belo trabalho não tem porém apenas o interêsse restritamente militar que o autor lhe atribui, mas, e principalmente, uma utilidade que se estende a tôda a Nação, por isso, que, um dia, feito o seu licenciamento, serão êsses graduados e êsses soldados a quem, como diz o autor, êste trabalho se destina, a preciosa matéria prima a quem forçosamente se recorrerá para a necessária instrução anti-gás da população civil."
(excerto do prefácio)
Matérias:
I - Preliminares - O que é a Guerra Química? - Importância da Guerra Química. - Uma defesa Anti-Gás bem organizada e aceite restringe os efeitos da Guerra Química. II - Gases de combate - Resumo histórico. - O que são gases de combate? - Principais características dos gases de combate. - Classificação dos gases de combate. III - Meio de ataque. IV - Meios de defesa. V - Instrução anti-gás - Princípios gerais. - Equipamentos de protecção individual anti-gás m/1933. VI - Palavras finais.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Ostenta carimbo oleográfico da biblioteca do Ministério da Guerra na capa e nas 1.ª e última página texto.
Muito invulgar.
Indisponível

16 setembro, 2015

SÁ, João de Vasconcellos e - ANTÃO E A SUA HISTÓRIA. Desenhos de Eduardo Malta. Lisboa, [s.n. - Gravuras, composição e impressão Bertrand (Irmãos) L.da, Lisboa]], 1930. In-fólio (32,5cm) de 16 f. ; 15 grav. ; B.
1.ª edição.
Magnífica edição de grande apuro gráfico, impressa em papel de qualidade extra, e superiormente ilustrada em separado por Eduardo Malta, a p.b. e a cores.
Exemplar [suplementar] de edição de mil e quinhentos exemplares.
Valorizado pela dedicatória manuscrita do autor ao Diário de Lisboa.

"Antão, era pastor, pastor de ovelhas;
e tinha um cão de gado sem orelhas,
como todos ouviram já contar.
... Mas, não será deveras singular,
andar na bôca, assim, de toda a gente,
teimoso, persistente
e quási com sabôr de tradição,

o nome de um pastor, chamado Antão?..."

(1.ª estrofe da obra)

Exemplar brochado em bom estado de conservação. Folha de guarda (que precede a f. anterrosto) apresenta dois pequenos orifícios.

Invulgar e muito procurado.
Indisponível

15 setembro, 2015

SÁ DA BANDEIRA, Marquez de - MEMORIA SOBRE AS FORTIFICAÇÕES DE LISBOA. Pelo General de Divisão... Lisboa, Imprensa Nacional, 1866. In-4º (23cm) de [10], 113, [1], 13, [5] p. ; B.
1.ª edição.
"Sendo o objecto d'esta memoria fazer a narração historica do que tem ocorrido ácerca das fortificações da capital, desde que, em 1857, o plano das mesmas, foi mandado fazer pelo governo; estão aqui collocados, por ordem chronologica, os documentos concernentes ao assumpto. E como durante tantos annos, se procurou tornar evidente a necessidade de pôr esta cidade em estado de poder defender-se, foi por isso indispensavel repetir, por muitas vezes, os argumentos já empregados, mas que não haviam produzido resultado."
(excerto da nota preliminar)
"Durante a ultima sessão legislativa tratou-se, por tres vezes, na camara dos pares, das obras de fortificação de Lisboa e do Tejo, as quaes são a base fundamental e indispensavel do systema defensivo do reino.
Encerrada que foi a sessão annual, procurei pôr em ordem varios documentos, para com elles formar uma pequena memoria destinada a ser publicada quando de novo as côrtes se reunissem, para servir de esclarecimento á discussão do grave assumpto de que trata. [...]
A cidade de Lisboa não se acha actualmente ao abrigo de um bombardeamento, nem poderia defender-se contra um ataque que por mar ou por terra repentinamente lhe fosse feito por uma força adequada e habilmente dirigida.
A fortificação d'esta capital é o unico meio que ha para dar remedio a um tão perigoso estado de cousas; e por dois modos poderá ella fazer-se; ou construindo obras de fortificação permanente, como as de Pris, Anvers, Portsmouth e outras cidades, ou simplesmente obras de fortificação de campanha."
(excerto de Considerações sobre as fortificações de Lisboa)
Marquês de Sá da Bandeira (1795-1876). "De seu nome Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, 1.º Barão, 1.º Visconde e 1.º Marquês de Sá da Bandeira. Natural de Santarém, foi um dos mais importantes vultos do liberalismo português. Iniciou a vida militar com apenas 15 anos, no combate aos invasores franceses, e participou em todas as campanhas militares liberais, tendo atingido o posto de General. Político liberal português com maior número de anos de governação, tendo sido presidente do Conselho de Ministros cinco vezes. Par do Reino desde 1834, foi o obreiro da abolição da escravatura em todos os territórios portugueses, por ele decretada definitivamente em 1869."
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Apresenta picos de acidez, sobretudo nas folhas iniciais do livro.
Invulgar.
35€

14 setembro, 2015

BOCAGE – SONETOS ESCOLHIDOS. Lisboa, Edições Delta, 1921. In-16º (12cm) de 123, [1] p. ; il. ; E. 
Ilustrado com um retrato de Bocage em página inteira (reprodução de uma gravura de Bartolozzzi).
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do editor/prefaciador Da Cunha Dias - datada de Abril de 1921 - a Abel da Mota Veiga.
Bonita edição organizada pelo editor, Da Cunha Dias, que é também o autor da extensa nota biográfica de Bocage, que precede a obra em jeito de preâmbulo.
“Manuel Maria Barbosa du Bocage, nasceu em Setubal aos 15 de Setembro de 1765. […]
De muito novo, Bocage, revelou a sua marcada personalidade. Impetuoso, de repente – (andava ao tempo estudando) – com grande surpresa do pai, assentou praça no Regimento de Infantaria 7, de Setubal.
Tinha, então, 14 anos.”
(excerto do preâmbulo)

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de faxa, o mesmo na figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de existir num só terreno,
Mais propenso ao furôr do que á ternura;
Bebendo em niveas mãos por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades…
(Digo!, de môças mil) num só momento;
Inimigo de hipocritas e frades;

Eis Bocage, em quem luz algum talento.
Saíram mesmo dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou… mais pachorrento.
"


(Soneto, pp 31)
Alberto da Cunha Dias (1886-1947). Cunha Dias - ou melhor, Da Cunha Dias, como sempre fazia questão de assinar o seu nome e passou a ser referido. Advogado, jornalista, polemista político, escritor e editor. Nascido em Sintra, em 1886, de uma família da classe média (o pai era notário), Cunha Dias entrou aos dez anos de idade para o Colégio Militar e aos vinte anos, em 1906, para a Universidade de Coimbra, onde o seu nome aparece ligado à greve estudantil de 1907. Foi uma das amizades mais duradouras de Fernando Pessoa, que a manteve durante mais de vinte anos. Em 1916 foi internado no Hospital de alienados Conde de Ferreira, no Porto, de onde fugiria cinco semanas mais tarde. Desta estadia e dos motivos que a tal haviam conduzido, aproveitou Cunha Dias para, nos anos seguintes, lançar duas campanhas jornalísticas com o intuito de “limpar o nome”, fazendo publicar inúmeros artigos e dando à estampa 2 livros. Em 1921 - ano também do seu regresso ao exercício da advocacia nos tribunais - Cunha Dias criou as Edições Delta. A editora publicou nesse mesmo ano diversas obras, entre as quais, uma edição dos sonetos de Bocage (Sonetos Escolhidos), de que também ofereceu a Pessoa um exemplar, com dedicatória de Abril de 1921 (Pizarro, Ferrari e Cardiello, 2010: 421) - este o livrinho que, segundo José Paulo Cavalcanti (2011: 676 e segs.), Pessoa teria no bolso do pijama, no Hospital de São Luís, quando morreu. Em 1934, foi Cunha Dias quem convenceu Pessoa a mudar o título do seu livro de poemas Portugal, depois publicado como Mensagem. Alberto da Cunha Dias morreu em 12 de Junho de 1947, com 61 anos. “Enfermo há bastante tempo, o último período da sua existência foi o desfecho de uma vida agitada e inquieta”, lê-se no necrológio que o vespertino Diário de Lisboa publicou no próprio dia da sua morte, salientando essencialmente, na vida de Cunha Dias, a sua actividade de polemista político e a exuberância da sua personalidade.
(Fonte: BARRETO, José, O mago e o louco: Fernando Pessoa e Alberto da Cunha Dias)
Encadernação cartonada com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
25€

13 setembro, 2015

FONSECA, A. d'Oliveira Cardoso - O DESASTRE DE LISBOA EM 1755. Poesia por... Centenario do Marquez de Pombal : 8 de Maio de 1882. Lisboa, Typographia Castro Irmão, 1882. In-8º (19cm) de 15, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Poema sobre o terramoto de 1755 , publicado por ocasião das comemorações do centenário da morte do Marquês de Pombal

"Tornou-se escuro o céu, sol não se via;
Medonha tempestade se formava;
O solo se gretando, estremecia
E n'um abysmo grande se tornava!
Lisboa nunca viu tão triste dia;
Perdida toda a gente se julgava;
As casas, sacudidas, oscilavam
E pelo gran' tremor se esmoronavam!"

(estrofe I)

Augusto de Oliveira Cardoso Fonseca (1842-1917). "Nasceu em Coimbra em 1842. Escrivão de direito em diversas comarcas do continente e depois em S. Tomé, terceiro oficial do Ministério das Colónias, cargo que exerceu atè a data do seu falecimento em 1917. Deixou inédita uma colecção de versos e outros trabalhos incompletos”.
(Inocêncio, t. XXII, p. 479)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar e apreciado.
10€

11 setembro, 2015

CASTRO, José Augusto de - LABAREDAS. Lisboa, Composto e impresso na Imprensa Lucas & C.ª, 1924 [aliás 1925]. In-8º (18,5cm) de 191, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Obra curiosa. Trata-se de um diálogo imaginário entre o autor e um seu amigo (Alberto), solução encontrada por José Augusto de Castro - um republicano desiludido, mas não rendido, - para comentar a crise nacional e o desprezo pelos valores republicanos.
"Hoje é o que se tem visto, - republicanos que não só não protestam contra o aplauso dos inimigos da Republica, - e inimigos que se aproveitam dos meios mais indignos e infames, desde a injuria torpe á calúnia soez, desde o assalto ao incendio e assassinio, - mas procuram conquistar esse aplauso sem que a consciencia se lhes sobressalte...
E, sabes? Inimigos do numero daqueles dde que falo alvejaram-me com referencias de seu uso por eu dizer que foi uma iniquidade e uma infamia não ser abrangido José Julio da Costa pelo decreto da aministia.
As referencias não alteram coisa alguma o meu raciocinio, o meu criterio e o meu sentimento. Confirmo a classificação. Foi uma iniquidade, uma infamia, uma cobardia. Ele nem devia ter ficado na prisão desde que dominado o tripúdio dos trauliteiros do norte. [...]
- Admitir, por exemplo, que José Julio da Costa é mais criminoso do que os promotores da leva da morte, do que os responsaveis pelo assassinio de Ribeira Brava, do que os mandantes dos corsarios que levam os marinheiros para os presidios africanos, do que os chaveiros dos antros do Eden só é possivel aos tartufos e aos cinicos mais miseraveis. [...]
Ora, o acto de José Julio da Costa foi, nem mais nem menos, o acto de Manuel Buiça. Acto absolutamente igual, igualmente deve ser julgado. É a logica e é a justiça. O contrario é a iniquidade, a incoerencia, o ilogismo, a infamia. Como foi julgado Manuel Buiça?"
(excerto do Cap. IV)
- Em conclusão, podemos confessar que, se não estamos peor, estamos no mesmo. Assim não valia a pena fazer-se a revolução de 5 d'Outubro...
- Perdão, a beleza das idéas, como dos factos dessas idéas uriundos, não pode ser manchada pelos erros, desvarios e crimes dos homens.
Os homens passam, as idéas ficam.
A data 5 d'Outubro de 1910 representa uma idéa e um facto em que a beleza resplandece, mas contra a qual monarquicos e clericais, muitos mascarados de republicanos, teem arremessado e arremessam quanta lama pode fazer-se em almas indignas."
(excerto do Cap. V)
José Augusto de Castro (1862-1942). "Nasceu em Prova, concelho da Meda, mas cedo parte para o Porto à procura de emprego. Ainda jovem emigra para o Brasil, já marcado com as ideias, então em voga, da defesa de causas sociais e políticas, nomeadamente as do republicanismo. Neste país inicia a sua actividade jornalística, assistindo à proclamação da República Federativa do Brasil, em 1889, e toma parte activa na questão da escravatura que estava em discussão na sociedade brasileira.
Regressa à Guarda por motivos de saúde, à procura da cura para a tuberculose de que padecia.
Funda o jornal O Combate, em 1906, defensor da Ideia Republicana em Portugal, ainda sob o regime monárquico, o qual será um palatino do ideal que defende, combatendo ferozmente os opositores políticos e a própria Igreja Católica.
Este jornal, publicado até 1931, reflecte a sua visão pessoal, as ideias e o pensamento de uma luta entre a política monárquica e a republicana num estilo panfletário.
Publica também poesia, lírica e sentimental, ou textos do género epistolar, sendo este último caso um veículo para transmitir ideias polémicas e bairristas."
(Fonte: GOMES, Jesué Pinharanda , 1939 - Dicionário de escritores do Distrito da Guarda. Guarda)
Encadernação inteira de percalina com motivos florais, título e autor a seco e a cores nas pastas, e dourados na lombada. Conserva a bonita capa de brochura frontal.
Muito invulgar.
15€

10 setembro, 2015

[SILVEIRA, Francisco Rodrigues] - MEMORIAS DE UM SOLDADO DA INDIA : compiladas de um manuscripto portuguez do Museu Britannico por A. de S. S. Costa Lobo. Lisboa, Imprensa Nacional, 1877. In-8.º (19cm) de 344 p. ; E.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa de Costa Lobo (parcialmente obliterada com o intuito de suprimir o nome do destinatário da oferta).
Rara edição original de um dos mais importantes documentos quinhentistas, a par dos escritos de Diogo do Couto, sobre a presença e administração portuguesa na Índia.
"Em 1585 Francisco Rodrigues da Silveira [1558-1640?] embarcou como soldado para a India, onde militou por espaço de doze annos. Sentimentos patrioticos o determinaram a consignar por escripto a relação da anarchia e immoralidade que lá presenceára, e a traçar um plano de reformas, o qual, a seu pensar, seria o remedio para tamanhos males. Regressando a Portugal em 1598, este seu primeiro trabalho foi apresentado ao governo, que, como era de suppor, não lhe deu a minima attenção. Silveira, comtudo, não descoroçoou. Foi augmentando e melhorando a sua obra, e com infatigavel zêlo cruzava entre Lisboa e Madrid para a inculcar á consideração dos conselheiros da corôa portugueza em ambas as capitaes; mas sempre com o mesmo infeliz resultado. Pelo anno de 1608 graves attribulações pessoaes o forçaram a interromper esta fervorosa lida em favor da causa publica. Na comarca de Lamego, sua patria, onde residia, viu-se travado em terrivel combate forense com um tabellião, combate que se protrahiu por largos annos, que por varias vezes atirou com elle á cadeia, e em que foi, por derradeiro, piedosamente desbaratado. Querendo, ainda neste caso, tornar a sua triste experiencia em proveito da republica, recontou as peripecias do epico duello com o façanhoso tabellião, e apontou as reformas que na organisação judiciaria se deveriam introduzir para se acautelarem as injustiças de que fôra miseranda victima. São estes elementos, e reflexões avulsas sobre o estado do paiz, que constituem o corpo do seu livro.
Era o fim principal do escriptor não menos que o de sanear o regimen governativo da India e firmar no reino a vara da justiça que não vergasse ao mais leve sopro do interesse: os successos da sua vida não os refere senão como a base experimental sobre que assentam as reformas. [...]
O que no manuscripto de Silveira se faz digno de memoria é o seu testemunho, rude e chão, sobre a vida e os costumes contemporaneos, e a narrativa dos acontecimentos de que foi parte. Aqui se contém materia de historia e de util ensinamento. Como eram na India, no ultimo quartel do seculo XVI, as tradições e o comportamento do mundo official, o regimento das fortalezas, a disciplina militar, a direcção dos commettimentos navaes, quaes os sentimentos, habitos e propositos dos portuguezes no oriente; e, em confronto, qual fosse na metropole o nivel moral, o respeito pelos direitos civis, a probidade dos funccionarios, a situação economica: é sobre estes pontos que versam as informações de Silveira, e basta enuncia-los para perceber a valia do seu exacto conhecimento. Esses factos são um elo da cadeia historica: explicam os successos antecedentes, e influiram sobre os destinos do paiz: concorreram para a degeneração do caracter nacional: são um aviso solemne para o futuro. Constituem, demais, um subsidio para a historia do imperio portuguez no oriente."
(excerto do prefácio do compilador)
Meia encadernação francesa de chagrin com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa original anterior. Aparado somente à cabeça, com o corte das folhas pintado de azul.
Exemplar em bom estado de conservação. Capa suja, restaurada nos cantos; frontispício e página seguinte apresentam pequeno restauro no canto superior dto.; miolo escurecido.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
90€
Reservado

09 setembro, 2015

CARQUEJA, Bento - O POVO PORTUGUEZ. Aspectos sociaes e economicos. Porto, Livraria Chardron, de Lelo & Irmão, Editores, 1916. In-4º (23cm) de [10], 514, [28] p. ; il.; E.
1.ª edição.
Importante estudo sobre a realidade económico-social portuguesa da época, foi publicado seis anos após a implantação da República, e pouco tempo antes da entrada formal do país na Guerra de 1914-1918.
Ilustrada com quadros, gráficos e tabelas nas páginas de texto.
"O estudo da população de cada paiz está merecendo a maior attenção de economistas e sociologos.
Investigações novas, feitas dia a dia, conduzem a revelações que permittem apreciar devidamente a estructura e a evolução da vida das nações.
Apparecem, a cada momento, valiosos trabalhos sobre este importantissimo assumpto e o aperfeiçoamento das estatisticas fornece elementos de cada vez mais seguros para se chegar a novas e interessantes conclusões.
Cada povo carece de conhecer-se a si proprio, não só em suas qualidades ethnicas, como nas diversas manifestações da sua vida social. [...]
Ha muito pensavamos em realisar um estudo demographico do povo portuguez, vasado nos moldes da moderma Demographia. [...]
Chegados ao fim da nossa laboriosa tarefa, reconhecemos ter-nos trazido ao espirito revelações gratas ao nosso animo de portuguez, intensa e devotamente orgulhoso da sua Patria."
(excerto do prefácio)
Matérias:
I - Aspecto geral da questão. II - Conspecto historico. III - Predicados da Raça. IV - Estructura populacional. V - Condições biologicas. VI - Condições sociaes individuaes. VII - Familia portugueza. VIII - A Vida. IX - Mentalidade portugueza. X - A laboriosidade portugueza. XI - A funcção politica. XII - Vigor da Raça. XII - A morte. XIV - Urbanismo. XV - Migrações. XVI - Biometria. XVII - O Capital-homem.
Bento de Sousa Carqueja (1860-1935). “Foi um empresário, publicista, escritor, naturalista e professor da Universidade do Porto. Para além de ter dirigido O Comércio do Porto, esteve na origem de diversas iniciativas cívicas levadas a cabo pela obra social daquele periódico e de importantes investimentos públicos e privados, em especial no concelho de Oliveira de Azeméis. Foi sócio da Academia das Ciências de Lisboa."
Encadernação editorial carmim com título, autor e editor a branco na pasta anterior e na lombada. Margens carminadas.
Exemplar em bom estado de conservação. Folha de rosto apresenta duas assinaturas de posse, uma delas rasurada.
Invulgar.
Indisponível