31 janeiro, 2018

FARIA, Eduardo de - EXPEDICIONÁRIOS. Com um prefácio do Ex.ᵐᵒ General Norton de Mattos. Lisboa, Edição do Autor [imp. na Tipografia da Liga dos Combatentes da Grande Guerra], 1931. In-8.º (21cm) de 179, [1] p. ; B.
Capa de H. Martins.
1.ª edição.
Episódios africanos da Grande Guerra vivenciados pelo autor, expedicionário em Moçambique.
"Nas páginas lidas, vejo o relato dos sofrimentos que tiveram de suportar as nossas tropas na costa oriental de África, a quando da Grande Guerra. Em todas as guerras tem havido, e haverá sempre, fome, sêde, calôr ardente ou frios glaciais, as intermináveis e angustiosas marchas sôbre lamas viscosas, ou em areias movediças, os climas palustres, as epidemias de toda a espécie; e tudo isto em tão alto e cruciante grau que os ferimentos são o que menos custa, e a morte é, ás vezes, bem vinda. [...]
Fez reviver, em mim, o livro «Expedicionários» dolorosos transes.
Não estavamos em 1914 preparados, como povo, para nos defendermos das cobiças de estrangeiros; como exército, para combatermos, fôsse onde fôsse, fôrças de nações civilizadas; como Estado, para ràpidamente visionarmos a nossa missão e aproveitarmos a victória, não sòmente para a conservação do que possuiamos, mas também para reivindicar parte do que tinha sido nosso.
As energias nacionais superaram, em grande parte, a falta de preparação do povo e do Exército; - fizeram-se os milagres do costume, o muito com pouco da toda a nossa História."
(excerto do prefácio)
Índice:
Prefácio. Conversação prévia. I - O regresso. II - Quem parte leva saudades. III - Escola de Herois. IV - O busilis da questão. V - A autoridade moral. VI - Tragédias de hospital. VII - Prisioneiros de guerra. VIII - A loucura colectiva. IX - O cigarro do soldado. X - Notícias de longe. XI - O Armistício. XII - Tudo como dantes. XIII - Natal em campanha. XIV - O desmanchar da feira. XV - A moeda com que se paga aos vassalos. XVI - Um problema complicado. XVII - Uma pausa. XVIII - O respeito popular. XIX - O sr. Prudêncio. XX - Mortos eternos. XXI - Recordar... é morrer. XXII - Cegos da guerra. XXIII - Tenhâmos fé. XXIV - Um monumento aos vivos. XXV - O grande capitão. XVI - Espiões. XXVII - A grande parada. XXVIII - Nacionalisemos a África. XXIX - O nosso orgulho. XXX - Definição oportuna. XXXI - Uma reunião singular. XXXII - A hora própria. XXXIII - Fala do soldado desconhecido.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na capa e f. rosto. Dedicatória (não do autor) igualmente na f. rosto.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

30 janeiro, 2018

GASPAR, João José Figueiredo - APONTAMENTOS DE UM AGENTE DA POLÍCIA DE VIAÇÃO E TRÂNSITO. [Pelo]... Major de Cavalaria. Lisboa, Edição de Severo - Freitas - Mega, 1949. In-8.º (18cm) de 91, [5] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Curiosa monografia sobre o trânsito nas estradas portuguesas. Muito ilustrada no texto com bonitos desenhos, croquis, quadros e fotogravuras a p.b.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
"Ao escrever estes apontamentos não tive a pretensão de criar doutrina nova nem revelar conceitos inéditos. [...]
É legítima essa ansiedade de querer contribuir para melhorar a disciplina do trânsito. A rapidez de ritmo da vida moderna e a consequente necessidade de não perder tempo em esperas enervantes, bastariam para a justificar se não existisse uma muito mais poderosa razão: o desejo que todos têm de sentir bem acautelada e respeitada a sua segurança pessoal. [...]
O problema da segurança de trânsito não é fácil de resolver com a urgência que é desejo de todos.
É, primeiro que tudo, um problema de educação que necessita de tempo... muito tempo, para criar o clima próprio. Há que principiar por aí e já, para não se perder mais tempo.
É depois um problema de engenharia, que implica igualmente tempo e dinheiro para que se possa adaptar a rede de estradas às características dos veículos modernos e às exigências da circulação.
É, finalmente, um problema de polícia que requer organização, bom senso e meios suficientes."
(Excerto da Nota prévia)
Índice: Nota prévia. Coisas que convém saber: A velocidade; A energia cinética; Travagem e distância de travagem; Cálculo da distância de travagem; Paragem e distância de paragem; Cálculo de distância de paragem; Margens laterais de segurança; As margens de segurança e a velocidade admissível; Ultrapassagem de veículos - Distância de ultrapassagem e tempo de ultrapassagem - Cálculo do tempo e da distância de ultrapassagem; Como se devem aplicar. Alguns «tipos» característicos com quem terás de lidar: Como deves proceder: O poder da amabilidade; Seja moderado; Sustenha o seu temperamento; Seja um guia do público; Um pouco de tudo; Ao lidar com crianças; A solicitude e o carinho são compatíveis com o uniforme; Seja imparcial para ser profissionalmente honesto; Energia e firmeza de actuação; Não discuta nem permita que discutam.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro e muito interessante.
20€

28 janeiro, 2018

CHRISTO, Homem - NOTAS DA MINHA VIDA E DO MEU TEMPO. Lisboa, Livraria Editora Guimarães & C.ª, [193-]. 7 vols in-8.º (19cm) de  224 p. ; E., (I), 207 p. ; E, (II), 280 p. ; E. (III), 231 p. ; E. (IV), 244 p. ; E. (V), 216 p. ; B. (VI), 314 p. ; E. (VII)
1.ª edição.
Memórias de Francisco Homem Cristo, figura ímpar da República. Com interesse para a compreensão da história política portuguesa durante o período a que diz respeito o conjunto da obra - da sua juventude até ao regicídio.
Colecção completa, em 7 volumes.
"Poderia ter escrito só as "Notas da Minha Vida". Preferi escrever as “Notas da Minha Vida e do Meu Tempo”. Há factos passados, muito importantes, de que as gerações novas não têm nenhum conhecimento. Que sabem elas da vida e transformação dos partidos políticos do velho regime? E dos inícios e desenvolvimento do partido republicano? Quási nada ou nada."
(Excerto do Vol. I)
Francisco Manuel Homem Cristo (1860-1943). Foi um militar e político republicano. Foi também professor universitário, escritor e jornalista, panfletário notável e político de relevo nos tempos que precederam a implantação da República Portuguesa. "Fundador do semanário O Povo de Aveiro, em 1882, demite-se então do exército. Fez parte do directório do Partido Republicano. Colaborou na revolta do 31 de janeiro de 1891, sendo então, preso. Opositor de Afonso Costa. Pede a demissão do exército em 1909 e exila-se em Paris. Violento polemista na linha de José Agostinho de Macedo, demolidor da política dos afonsistas, acaba por elogiar Carmona e o Secretariado da Propaganda Nacional. Em 1906 edita Pro Patria, obra de reflexão sobre a paz e a guerra e o militarismo, onde advoga a introdução em Portugal do modelo suíço de serviço militar. Escreve também Banditismo Político, considerado a Torre do Tombo da patifaria nacional. Bibliografia: Pro Patria, 1906; Banditismo Político (1912); Cartas de Longe (2 vols) (1915-1922); Monárquicos e Repúblicanos (1928); Notas da Minha Vida e do meu Tempo (193-)."
(Fonte: www.politipedia.pt)
Todos os livros estão encadernados (contendo a respectiva capa original), com excepção do volume VI, que se encontra em brochura.
Invulgar conjunto.
Com interesse histórico.
35€

27 janeiro, 2018

FIGUEIREDO, Cândido de – LISBOA NO ANO TRÊS MIL. Revelações arqueológicas, obtidas pela hipnose e publicadas por… (edição provisória). Lisboa, Apenas Livros, Lda., 1999. In fólio (15x30cm) de 78, [2] p. ; B.
Curiosa obra de Cândido de Figueiredo. 2.ª edição absoluta, de formato invulgar, destinada a colecionadores, com uma tiragem limitada a 500 exemplares.
“Este livro é uma obra de crítica social e institucional, uma enorme e cáustica gargalhada de espantosa actualidade, apesar dos seus [cento e vinte e um anos] (o original foi publicado em "1892"). Mudem-se-lhe os nomes e ouvir-se-á a gargalhada casquinar pelas novas vielas do nosso áureo provincianismo. Pelas suas entrelinhas são perceptíveis frequentes alfinetadas a alguns vultos do pensamento português da época, como Eça, Camilo, Antero, Gomes Leal... e moques e remoques às andanças republicanas.“
Lisboa no Ano Três Mil parte com uma premissa de ficção científica: o jornalista, graças aos mistérios do hipnotismo, antevê um futuro longínquo através da mente de um sábio que pesquisa as ruínas da cidade das sete colinas. […] Mais do que proto-romance de ficção científica, Lisboa no Ano Três Mil é uma boa desculpa para aquele passatempo tão português que é o escárnio e maldizer.”
(fonte: intergalacticrobot.blogspot.com)
António Cândido de Figueiredo (1846-1925). “Foi um filólogo e escritor português, autor do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, originalmente publicado em 1899 e depois alvo de múltiplas reedições até ao presente. Publicou também inúmeros estudos de linguística e escritos de ficção e crítica, entre as quais «Lisboa no Ano 3000», obra de crítica social e institucional, saída a público em 1892. Também traduziu numerosas obras de filologia e linguística. Foi um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa e sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras.”
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
15€

25 janeiro, 2018

CAMARA, Leal da - NÃO HA DUAS ALEMANHAS! (O ensino do alemão em Portugal). Carta aberta ao jornalista Xavier de Carvalho. Pôrto, Socieété Amicale Franco-Portugaise, [1917]. In-8.º (16,5cm) de [12] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Raro e interessante opúsculo publicado em pleno conflito mundial. Trata-se da reacção de Leal da Câmara à carta aberta de Xavier de Carvalho com o título Carta de Paris, com data de 5 de Agosto de 1917, publicada no Jornal de Notícias do Porto, em 10 de Agosto do mesmo ano, e que pretendia responder ao discurso de Leal da Câmara - O estudo da língua alemã nos liceus de Portugal - proferido em 14 de Julho. A Carta vem reproduzida, precedendo a resposta de Leal da Câmara.
"A Société Amicale Franco-Portugaise, à qual tenho a honra de presidir, não pretende reclamar a pena de morte ou a simples cadeia para os professores e discípulos da cadeira de alemão mas quere pedir ao Ministro da Instrução Pública de Portugal que torne obrigatório o estudo do inglês como já é o do francês e que não continue a deixar o alemão em igualdade de direitos com as línguas dos que são nossos companheiros de armas no mesmo combate pela Justiça e pela Civilização e aos quais podemos e até devemos pedir, para a língua portuguesa, os direitos equivalentes aos que tivermos dado aos seus respectivos idiomas."
(excerto da Carta de Leal da Câmara)
Matérias:
Xavier de Carvalho:
- Carta de Paris. Carta aberta a Leal da Camara (presidente da Société Amicale Franco-Portugaise). - O seu discurso de 14 de julho. - Uma bela obra de propaganda. - O estudo da lingua alemã nos liceus de Portugal.
Leal da Câmara:
- É tarde. - Não ha alemães inocentes. - O alemão é bóche! - É indispensavel suprimir o alemão.
Tomás Júlio Leal da Câmara (1876-1948). "Pintor, ilustrador e caricaturista português, Tomás Júlio Leal da Câmara nasceu a 30 de novembro de 1876, em Pangim, Nova Goa, na ex-Índia portuguesa, e morreu a 21 de julho de 1948, na Rinchoa, em Rio de Mouro, concelho de Sintra. Revelou, desde muito cedo, tendências artísticas, sobretudo para o desenho e a caricatura.
Já em Portugal, frequentou o Instituto de Agronomia e Medicina Veterinária, curso que acabaria por abandonar para se dedicar ao jornalismo e, simultaneamente, à defesa e exultação dos ideais republicanos. Como caricaturista, colaborou em vários periódicos, entre os quais se destacam O Inferno - Jornal de Arte e Crítica, A Marselhesa, A Corja e O Diabo. Não obstante a sua notoriedade no meio intelectual português, as suas satíricas e violentas críticas à Monarquia e à Igreja forçaram-no ao exílio, primeiro em Espanha e, depois, em França e na Bélgica, onde o seu trabalho se tornaria famoso a nível europeu.
Voltou para Portugal apenas depois da implantação da República. No entanto, dececionado com o novo regime, viajou para Paris onde permaneceu dois anos. Impulsionado pela eclosão da Grande Guerra, regressou novamente a Portugal, optando por viver no Porto. Entre outras atividades, lecionou a disciplina de Desenho, fez algumas exposições, participou no grupo de artistas Os Fantasistas e ilustrou contos para crianças de Ana de Castro Osório, considerada a fundadora da literatura infantil no nosso país.
Em 1930, mudou-se, com a esposa, para a Rinchoa, no concelho de Sintra, onde se dedicou a desenhar o pitoresco do mundo rural circundante, registando as mais vivas impressões do característico saloio. Depois de algumas exposições, o Mestre Leal da Câmara chegou mesmo a inaugurar, em setembro de 1945, na sua residência e local de trabalho, um Atelier-Museu, aberto ao público. Nesta moradia, onde viveu os últimos 18 anos, foi criada, mais tarde, a Casa-Museu de Leal da Câmara que, desde julho de 2003, exibe as coleções saloias do artista."
(Fonte: Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-09-22 01:26:19]. Disponível na Internet: ) 
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Sem registo na BNP (Biblioteca Nacional).
Peça de colecção.
Indisponível

CHAMPAGNE, E. M. - DICCIONARIO UNIVERSAL DE EDUCAÇÃO E ENSINO : util á mocidade de ambos os sexos, ás mães de familia, aos professores, aos directores e directoras de collegios, aos alumnos que se preparam para exames, contendo o mais essencial da sabedoria humana e toda a sciencia quotidianamente applicavel em assumpto. 1.º - De Educação: Conhecimento e direcção dos caracteres, faculdades, defeitos, meritos e aptidões. - Religião, moral, philosophia. - Logica, rhetorica, poetica. - Litteratura, pedagogia, civilidade, , escriptores antigos e modernos. - . - Agudezas, proverbios, , maximas, epigrammas, etc. 2.º - De Instrucção Primaria: Leitura, escripta, calculos, problemas, formulas, systema metrico, moral religiosa. - Lingua portugueza, orthographia usual e grammatical, redacção, estylo epistolar, homonymos, synonymos, raizes, etymologias. - Methodos, disciplina, meios praticos de execução. - Historia universal de cada seculo, varões insignes, , descobrimentos e factos assignalaveis. - Geographia descriptiva, cidades principaes, indole e costumes e productos de todos os paizes, monumentos celebres, panoramas, curiosidades de toda a especie. - Noticia das sciencias usuaes, artes, mesteres e profissões, etc. 3.º - Instrucção Secundaria: Linguas: portugueza, franceza, latina, hespanhola e ingleza. - Geologia, mineralogia, botanica, zoologia. - Physica, chimica, astronomia, mechanica. - Arithmetica, algebra, geometria. - Industria, hygiene, desenho, agrimensura, commercio, agricultura, etc. Segue: DICCIONARIO ETYMOLOGICO DE TODAS AS PALAVRAS TECHNICAS PROVENIENTES DAS LINGUAS GREGAS E LATINA. Tudo simplificado ao alcance de alumnos e pessoas meramente desejosas de instrucção com elucidações tão proficuas aos mestres quanto proveitosas no trato das familias. Redigido com a collaboração de escriptores peculiares. Por... director de collegio. Trasladado a portuguez por Camillo Castello Branco e ampliado pelo traductor nos artigos deficientes em assumptos relativos a Portugal. Vol. I [e II]. Porto : Braga, Livraria Internacional de Ernesto Chardron : Rugenio Chardron, 1873. 2 vols in-4.º (23,5cm) de 806 p. (I) e 798 p. (II) a 2 col. ; E.
1.ª edição.
Importante obra de tradução camiliana. Muito valorizada pelo excelente prefácio de Camilo.
"A voga ou o descredito de certos livros são os symptomas moraes que denunciam, até certo ponto, os sentimentos e idéas do publico. Se, com legitimo orgulho, cofessamos que nunca tantos livros se fizeram, destinados a derramar instrucção, nem tão prosperamente se aventaram meios de insinual-a nas multidões, cumpre tambem confessar que as insines e boas obras vão rareando cada vez mais, como se o publico locupletado ganhasse fastio á leitura. A litteratura, propriamente dita, poemas e até romances já não enthusiamam ninguem. [...] Pelo que, os livros em voga são as Encyclopedias. [...]
Esta obra, monumento singular em sua especialidade, prestadía como bibliotheca inteira, cujos artigos tem a variedade e agrado das publicações periodicas, resumindo com os pormenores essenciaes todas as curiosidades scientificas e litterarias, todos os pensamentos mais argutos e profundos dos espiritos insignes (com indicação de author e obra), tudo que friza á sciencia da instrucção primaria e secundaria, - facultará aos educandos de ambos os sexos progredir pressurosamente em seus estudos classicos, e predisporem-se, a sós, e com bom exito, a qualquer exame, denotando em suas praticas um certo relêvo de novidade. [...]
Foi trabalho de grande fôlego inquadrar na mais conveniente moldura um diccionario, e conciliar a fórma alphabetica mais favoravel a quem o manuseia, com o merito do encadeamento e ordem methodica, indispensaveis ao bom resultado do ensino."
(Excerto do prefácio de Camilo Castelo Branco)
Encadernação ao gosto da época em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplares em bom estado de conservação. No vol. I falta folha em branco que precede f. anterrosto(?); no vol. II falta f. anterrosto.
Obra invulgar e muito apreciada.
50€

24 janeiro, 2018

SALGADO, Heliodoro - MENTIRAS RELIGIOSAS. Prefacio de Fernão Botto Machado. Lisboa, Typographia do Commercio, 1906. In-8.º (19,5cm) de 183, [9] p. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com um retrato do autor.
"Heliodoro Salgado, d'entre os maiores o maior luctador e apostolo da Causa da Justiça e da Liberdade merece todos os preitos que se lhe faça. Elle foi um homem que dedicou toda a sua vida á cuasa dos opprimidos, portanto, a estes cumpre o dever de propagar a sua obra, a maior e a mais sincera homenagem que se lhe pode dedicar. Bem novo ainda, comprehendeu a não existencia de Deus; desde então começou a sua vida revolucionaria. No nosso tempo não houve quem o igualasse. A mentira religiosa, foi por elle autopsiada, tão tenazmente, que conseguiu pôr a religião em decadencia."
(Excerto da introdução)
Heliodoro Salgado (1861-1906). Começou a desenvolver a actividade de jornalista no jornal O Operário de tendências socialistas, porque nessa altura estava inscrito no Partido dos Operários Socialistas. No final da década de oitenta do século XIX começa a aproximar-se cada vez mais das ideias republicanas a que veio a aderir próximo do Ultimato inglês de 1890. Nas eleições realizadas em Março de 1890 apresentou-se como candidato a deputado, mas obteve um resultado decepcionante. Manifestou sempre fortes preocupações sociais destacando-se como defensor da instrução popular, da melhoria das condições de vida das classes trabalhadoras e a veemência dos seus textos valeram-lhe em diversas ocasiões a prisão e a censura dos seus escritos. [...] “Protótipo do proletário intelectual” [David Ferreira, Dicionário de História de Portugal, vol. V, dir. Joel Serrão, Livraria Figueirinhas, Porto, 1992, p. 425-426], Heliodoro Salgado acaba por morrer com 45 anos. Era considerado um grande orador nos comícios organizados pelos republicanos, para defender as causas dos mais fracos e injustiçados socialmente."
(Fonte: arepublicano.blogspot.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Muito invulgar.
Indisponível

23 janeiro, 2018

ROLIM, O. F. M., P. - CASA DE SANTO ANTÓNIO DE LISBOA (recordação). Lisboa, Editor: P. André de Araújo. - Capelão. 1934. In-8.º (16cm) de 56 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Curiosa e pouco vulgar monografia Antoniana. Muito ilustrada com fotogravuras a p.b. dedicadas ao Santo.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas algo sujas, com pequenos defeitos.
Raro.
Indisponível

22 janeiro, 2018

VALLE, General Pereira do - ALGUMAS BOCAS DE FOGO NOTÁVEIS NO MUSEU MILITAR DO PORTO. Porto, Delgação do Museu Militar, [196-]. In-4.º (23,5cm) de 16 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante monografia sobre alguns dos canhões que compõem o espólio do Museu Militar do Porto. Após uma breve resenha sobre a história da artilharia, do século XV ao século XIX, o autor passa a apresentar as "mais notáveis bocas de fogo" do referido museu - duas de ferro forjado, duas de bronze e uma de ferro fundido: Falconte; Esmeril; Pelicano; Pedreiro; Lantaca - tudo devidamente documentado com fotografias a p.b. das peças e respectiva descrição técnica e histórica.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico e militar.
10€

21 janeiro, 2018

PASSOS, Vaz - CANCIONEIRO DA PRIMAVERA. [Por]... da Academia de Sciências de Portugal e do Instituto Histórico do Minho. Porto, Editor: Hygino J. Assumpção, 1919. In-8.º (17cm) de 94, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Colecção de poesias subordinadas ao tema da Primavera.
Livro valorizado pela dedicatória manuscrita do autor.

"Mês de maio. O sol inunda
a terra d'âureo esplendor,
a a Primavera fecunda
culmina em febre d'amor.

Há vida, côr, desafôgo
nos agros lindos de ver,
neste baptismo de fôgo
dos ceus altos a descer.

Que maravilha de seivas!
Que flavescência de luz!
Germinam todas as leivas,
colorem-se os troncos nús.

Das rosas esvoaçam asas
invisíveis de perfume.
O chão queima como brasas,
sob um flavo sol de lume.

É a fôrça da vida nova,
exuberante, a fremir,
que tudo abraça e renova
p'ra as colheitas do porvir."

(Excerto de Primavera florida)

Vaz Passos (1889-1922). Autor cuja produção poética, de acordo com a BNP, se resume a seis obras publicadas entre 1908 e 1919, fechando precisamente com este Cancioneiro da Primavera, o que não é de estranhar, dado ter falecido ainda jovem. De acordo com Jaime Cirne, em artigo publicado no «Magistério», e reproduzido na parte final da obra, "Vaz Passos, moço de talento e vontade, ficará para a alma nacional como o lírico adorável do amor à Vida, e como o bucólico ingénuo dêsse outro amor, cálido e profundo, à loira Ceres, que, na sua marcha forte, ubérrima e consoladora, tem o ritmo exuberante duma festa pagã.".
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falha de papel.
Raro.
Contém uma poesia que interessa à bibliografia da Grande Guerra - O elogio da Paz. Não consta no Catálogo da Liga dos Combatentes (1960).
15€

20 janeiro, 2018

PORTO DA CRUZ, Visconde do - O TRAJO NO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA. [Pelo]... Da Academia Brasileira de Ciências Sociais e Políticas. [S.l.], Edição do Autor, 1954. In-8.º (22,5cm) de 15, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante monografia sobre o traje madeirense.
Ilustrada com fotogravuras ao longo das páginas de texto.
"As Ilhas Atlânticas que formam o afamado Arquipélago da Madeira, descobertas por um feliz acaso, quando as naus portuguesas que seguiam com rumo à Guiné, sob o comando de Tristão Vaz e de João Gonçalves Zarco, fugiam à violência de terrível temporal, desde que Portugal as povoou e cultivou, logo chamaram as atenções e a cobiça dos demais Povos do velho mundo. [...]
Desde os começos do século XV até os meados do século XVI verifica-se, ao consultarem-se as crónicas e velhos documentos, que afluíram a estas paragens Povoadores de origens diversas. Desta variedade de elementos que, no entanto, iam sendo dominados e nacionalizados pela acção forte dos portugueses, resultou, como era inevitável, um «tipo» novo e original, com características próprias sem que se esbatess o o fundo lusitano, que ainda subsiste. [...]
Assim, todos os elementos que constituíram a base da população e de vida do Arquipélago da Madeira, formaram a grande fonte de riqueza, de variedade de costumes e do colorido originalmente típico que apresenta o Folclore madeirense.
Com os costumes medievos, que tão fundamentalmente se radicaram nestas Ilhas, nota-se em certos sectores da vida regional as reminiscências árabes e até um vago sabor levantino que se mantém nas danças, na música, nos hábitos, nos contos fantasiosos e até na bizarria dos trages."
(Excerto do texto)
Alfredo António de Castro Teles de Meneses de Vasconcelos de Bettencourt de Freitas Branco (1890-1962). "Nasceu a 1 de janeiro de 1890, no Funchal, onde veio a falecer a 28 de fevereiro de 1962. Foi 1.º visconde do Porto da Cruz, título legalmente autorizado por D. Manuel II, no exílio, em abril de 1921, e reconhecido pelo Conselho da Nobreza em 1949.
Foi jornalista, publicista, escritor, membro de várias associações culturais e um profícuo promotor da cultura madeirense. Fundou, dirigiu e colaborou em diversos periódicos de cariz político, literário e cultural. Ao longo da sua vida abraçou vários projetos, credos e ideologias: foi monárquico, integralista, regionalista, nacionalista, nacional-sindicalista, fascista, revelando ainda uma faceta germanófila e antissemita."
(Fonte: http://aprenderamadeira.net/cruz-visconde-do-porto-da/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
15€

19 janeiro, 2018

CAMÕES, Luíz de - LUSOVCI. Prebásnil: Kamil Bednár. Ilustroval: Miroslav Troup. Praha, Nesmrtelní, 1958. In-4.º (24 cm) de 326, [2] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Belíssima peça camoniana. Trata-se de uma preciosa edição checa de «Os Lusíadas», publicada em Praga, na ex-Checoslováquia, actual República Checa.
Muito ilustrada no texto e em extra-texto, a cores e a p.b., com belíssimos desenhos.
De acordo com o Instituto Camões, na perspectiva da ilustração moderna, esta edição de Os Lusíadas é considerada uma das melhores e mais interessantes.
Encadernação editorial em tela revestida de tecido.
Exemplar em razoável estado geral de conservação. Apresenta sinais de humidade, sobretudo nas pastas, e nas primeiras e últimas folhas do livro.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

18 janeiro, 2018

HOGAN, Alfredo - IVANHOE : drama em cinco actos e nove quadros extrahido do romance de Sir Walter Scott Ivanhoe ou a volta do Cruzado. Por... Lisboa, Typ. da Rua da Bica de Duarte Bello, N.º 55. 1849. In-8.º (20,5cm) de 111, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Adaptação para teatro da visão muito particular de Hogan, "com significativas modulações de personagens, situações e temas", do romance Ivanhoe, de Walter Scott, considerado o primeiro romance histórico da corrente literária do Romantismo.
"Ahi vai então, o meu segundo drama - Ivanhoè - extrahido do romance do mesmo titulo, de Sir Walter Scott. Foi uma escolha temeraria, a d'esse romance, para extrahir o meu segundo drama; mas só o conselho de um amigo meu, em quem confio, e pessoa de reconhecido merito litterario, a tal me induziu.
Li pois com attenção o romance que me fôra indicado, estudei-o, procurei entende-lo, e meditando sobre o grande trabalho a que me propunha, como o de apresentar no curto espaço de um drama, o desinvolvimento das paixões, que um romance largamente nos descreve e apresenta; cingir a preceitos e regras estabelecidas os episodios que um bom romance nos descreve sem que observe mais do que a naturalidade e elegancia d'acção; não me poupando emfima trabalho algum, depois d'algumas vigilias, consegui o meu segundo drama.
Fallar sobre o seu assumpto, seria desnecessario, que ninguem ha ai, que não tenha lido o melhor romance de Sir Walter Scott, a melhor pedra da sua corôa litteraria."
(Excerto do preâmbulo, Ao publico)
Alfredo Possolo Hogan (1830-1865). "Nasceu e faleceu em Lisboa. Funcionário dos correios, cultivou a literatura negra, tornando-se um romancista e um dramaturgo bastante popular em Lisboa. Nas suas obras notam-se influências de Eugène Sue e Alexandre Dumas. Escreveu vários romances históricos: Marco Túlio ou o Agente dos Jesuítas (3 vols, 1853), Mistérios de Lisboa (4 vols, 1851), Dois Ângelos ou Um Casamento Forçado (2 vols, 1851-1852), etc. Das peças de teatro, destacam-se: Os Dissipadores (1858), A Máscara Social (1861), Nem Tudo que Luz É Oiro (1861), A Vida em Lisboa (em parceria com Júlio César Machado, 1861), O Dia 1.º de Dezembro de 1640 (1862), As BrasileirasSegredos do Coração e O Colono. Foi-lhe atribuída (e com propriedade) a autoria do romance A Mão do Finado (1853), publicado anonimamente em Lisboa, pretendendo ser a continuação de O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas."
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Sem capa frontal. Pelo interesse e raridade, a justificar trabalho de encadernação.
Raro.
Indisponível

17 janeiro, 2018

LAMAS, Arthur - EM QUE CASA NASCEU SIMÃO BOTELHO? Pôrto, Livraria de Fernando Machado & C.ª, Ltd.ª, 1924. In-8.º (20cm) de 29, [1] p. ; [2] f. il. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Curiosa peça camiliana. Trata-se de um ensaio sobre o local de nascimento de Simão Botelho, um dos personagens centrais do romance icónico de Camilo Castelo Branco - «Amor de Perdição».
Ilustrado com a "Vista antiga de uma parte da Freguesia da Ajuda" em duas folhas juntas separadas do texto.
"Simão Botelho, o do Amor de Perdição, nasceu no ano de 1784, em Lisboa, na freguesia de Nossa Senhora da Ajuda; mas em que ponto? Em que ponto nasceu êste degenerado vulgar que o génio de Camilo màgicamente transformou num desgraçado mártir do Amor cuja sorte horrível milhares de vezes tem feito confranger e arripiar os corações sentimentais dos portugueses? Nalgum casebre humilde onde, de noite, se ouvissem as risadas sinistras das corujas que esvoaçavam pelos claustros dos Jerónimos a agourarem à máe aflita, e cuidadosa, o destino cruel do pequerrucho? Nalguma casa rica que na Primavera fôsse bafejada pelo aroma forte das plantas exóticas do Jardim Botânico? Cá em baixo, na Junqueira? Para os lados do Bom-Sucesso? Nalgum ponto elevado de onde se divisassem, ao longe, os contornos das casas e dos campanários da cidade velha a destacarem-se do azul do ceu, a rendilhada Tôrre de Belem, a praia do Restelo, os montes da Outra-Banda, os campos de Monsanto, e a barra do Tejo com o seu Bugio solitário?"
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas sujas, com pequenos rasgões (sem perda de papel).
Invulgar.
Com interesse camilano.
15€

16 janeiro, 2018

GALLIS, Alfredo - O SENHOR GANYMEDES (psycologia de um ephebo). Lisboa, Emprêsa Literária Universal, [s.d.]. In-8.º de 175, [1]  p. ; B.
"O Senhor Ganymedes é um romance sensacionalista, explosivo, que conta a história de uma viúva rica que casa com um amigo de infância que cresceu para se transformar num caçador de fortunas. Ele não consegue consumar o casamento e vem-se a descobrir mais tarde que é um homossexual que se traveste e que tem um amante masculino. No prefácio, o autor afirma que deseja prevenir as raparigas inocentes e as suas famílias contra os perigos do casamento com homossexuais mercenários, mas o enredo falha conspicuamente na validação da moral tradicional. O romance termina com a viúva encontrando finalmente satisfação sexual com o oficial do Exército que expôs o marido, que cai nos braços do seu amante exclamando «Enfim, livre e só teu!»"
(Fonte: wikipédia)
"Com um impudor que ultrapassa as raias da inconsciencia, apontam-se a dedo e citam-se ahi por toda essa Lisboa o nome de ephebos de profissão, uns que d'essa infamia fazem modo de vida, outros que executam por vicio e pleno esquecimento do que devem á dignidade do seu sexo.
Dizem varios auctores que se nasce ephebo como as mulheres nascem tribades, em consequencia do desenvolvimento exaggerado do clitores.
É possivel que se deem ambos este phenomenos phisiologicos, dos quaes existem exemplares curiosos observados por varios medicos, mas em regra o ephebo é o producto legitimo de uma educação errada ou descuidada e o habito adquirido, cria uma segunda natureza puramente artificial, com pleno prejuizo da verdadeira, d'aque é inherente a todas as criaturas.
A sodomia e o masturbismo são dois vicios que uma quella vez adquiridos tarde ou nunca se perdem.
Ora o homem, como todos os animaes da criação, não é naturalmente sodomita nem masturbador.
Se agentes externos lhe não desvirtuarem as suas tendencias naturaes, a não ser que possua as taes deformações phisiologicas de que se tratam em medicos e são raras, a sua inclinação genesica é toda para a femea.
Está averiguado que entre os marinheiros que persistem muitos dias no mar sem contacto com as mulheres é que a sodomia se encontra mais vulgarisada, assim como nas penitenciarias muitos reclusos endoidecem em consequencia dos execessos de masturbação."
(Excerto do prólogo)
Joaquim Alfredo Gallis (1859-1910). "Mais conhecido por Alfredo Gallis, foi um jornalista e romancista muito afamado nos anos finais do século XIX, que exerceu o cargo de escrivão da Corporação dos Pilotos da Barra e o de administrador do concelho do Barreiro (1901-1905). Usou múltiplos pseudónimos, entre os quais Anthony, Rabelais, Condessa do Til e Katisako Aragwisa. Desde muito jovem redigiu artigos e folhetins em jornais e revistas, entre os quais a Universal, a Illustração Portugueza, o Jornal do Comércio, a Ecos da Avenida e o Diário Popular (onde usou o pseudónimo Anthony). Como romancista conquistou grande popularidade, especializando-se em textos impregnados de sensualismo exaltado que viviam das «fraquezas e aberrações de que eram possuídas, eram desenvolvidas entre costumes libertinos e explorando o escândalo». Escreveu cerca de três dezenas de romances, por vezes publicados com o pseudónimo Rabelais. Alguns dos seus romances têm títulos sugestivos da sensualidade que exploram, nomeadamente Mulheres perdidas, Sáficas, Mulheres honestas, A amante de Jesus, O marido virgem, As mártires da virgindade, Devassidão de Pompeia e O abortador. É autor dos dois volumes da História de Portugal, apensos à História, de Pinheiro Chagas, referentes ao reinado do rei D. Carlos I de Portugal.”
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, oxidadas, com pequenos defeitos.
Raro.
Indisponível

15 janeiro, 2018

SANTOS, Cardoso dos - HOMENAGEM AO GENERAL PIMENTEL PINTO. Alocução proferida na sessão realizada na Escola do Exército, em 23 de Maio de 1945, pelo antigo aluno, 41/60. [Pelo] Coronel... Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Tipografia da Escola do Exército, Lisboa], 1945. In-4.º (23cm) de 15, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Não encontrámos quaisquer referências a esta obra. Tiragem de apenas 210 exemplares.
"Não é meu intento, Senhores traçar aqui a notável biografia militar e política do General Luís Augusto Pimentel Pinto, antigo promotor de justiça, administrador do Exército, Ministro da Guerra, membro do Conselho de Estado, oficial da Casa Militar do Rei, e por fim Director do instituto D. Afonso; mas apenas dar justo relêvo ao perfil moral do prestante cidadão que através duma obra ministerial essencialmente construtiva e renovadora, corajosamente enfrentando o espírito rotineiro e a reacção dos interêsses feridos, havia de ser fatalmente discutido.
O tempo, acabando sempre por fazer triunfar a verdade das boas intenções, tem mostrado os benefícios que das suas reformas oportunas advieram para o prestígio do Exército, que foi a sua única política, e, em particular da que justifica a homenagem hoje prestada à sua memória honrada."
(excerto da alocução)
Luís Augusto Pimentel Pinto (1843-1913). Natural de Chaves. "Militar. Por três vezes ministro da guerra em governos de Hintze Ribeiro, no crepúsculo da monarquia. Símbolo dos oficiais monárquicos portugueses na viragem do século."
(Fonte: www.politipedia.pt)
"Pimentel Pinto nasceu em Chaves e seguiu a carreira militar, chegando a general. Aderiu ao partido regenerador a que presidiu o conselheiro Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro. Estava se no ano de 1900. E aquele conselheiro presidia ao Ministério Regenerador. Por essa altura tinha encerrado o Colégio de S. Joaquim, em Chaves e por isso era imperiosa a criação de uma Escola Secundária. Era, nessa altura, ministro do Ultramar e transmontano António Teixeira de Sousa (natural de Alijó) que, querendo ser agradável aos seus correligionários Flavienses, tudo fez para a criação daquela escola. Só que Rodolfo Ribeiro, apesar de chefe do partido, não concordou com esse benefício a Chaves, para não alterar critérios em vigor. Teixeira de Sousa aguardou o projecto de criação da Escola e, aproveitando uma deslocação do Conselheiro Rodolfo Ribeiro à Suíça, por uns dias, foi ter com o General Luís Pinto que o substituía, insistindo que era urgente assinar aquele projecto para que a escola abrisse em Outubro seguinte. De boa fé assinou o general Flaviense aquele diploma que garantiu a criação da Escola Secundária que, em 1919, passou a chamar se Liceu de Chaves e mais tarde Liceu Fernão de Magalhães. Graças a uma artimanha política, Chaves beneficiou de uma estrutura que era justa e que prestou relevantes serviços à região. Daí que o General Luís Pinto tenha ficado na toponímia Flaviense, como autor dessa dotação educativa."
(Fonte: dodouropress.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP, ou outra fonte bibliográfica.
30€
Reservado

13 janeiro, 2018

ALMEIDA, Jorge - O MISTÉRIO DO BOLAMA : acidente ou sabotagem? [Prefácio de Joaquim Furtado]. [Camarate], Prime Books, 2007. In-4.º (23cm) de 104 p. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo-reportagem. O autor aponta as razões que estão por trás do naufrágio do Bolama, ocorrido em Dezembro de 1991.
"O caso do afundamento do arrastão Bolama apaixonou a opinião pública. E voltou, agora e surpreendentemente, às principais notícias dos jornais, das rádios e das televisões.

Trata-se de mais um caso que as autoridades portuguesas mal tratraram e para o qual não encontraram, ou não quiseram encontrar, respostas na devida altura. De facto, as perguntas e as dúvidas que o caso Bolama levanta nunca foram convenientemente tratadas por quem de direito - polícias, tribunais, etc.
Este livro vem, na altura certa, colocar as questões novamente em cima da mesa. De forma séria, a partir de uma investigação cuidada, o jornalista Jorge Almeida levanta a totalidade do véu sobre o caso Bolama".
(Excerto do prefácio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na folha de guarda, que precede a f. anterrosto.
Esgotado.
10€

12 janeiro, 2018

POTAPOVA, Nina - BREVE MANUAL DE LÍNGUA RUSSA. [Tradução e Adaptação ao Português de Volna Brandão Rego. Redação de Natália Kadicheva]. Moscou, Edições em Línguas Estrangeiras, 1961. In-4.º (23,5cm) de 397, [3] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Ilustrada no texto com desenhos, tabelas, mapas e fotogravuras a p.b.
"O presente "Breve Manual de Língua Russa" destina-se aos que falam português e se dedicam ao estudo de idioma russo.
O autor procurou fazer um compêndio acessível para o mais amplo círculo de estudiosos do assunto. Por isto, contém lições curtas, que podem ser estudadas numa só aula; a parte teórica está exposta, na medida do possível, de uma forma simples; as dificuldades do material exposto vão aumentando gradual e consecutivamente.
O principal objectivo do presente manual é ensinar a língua viva. Tendo assimilado, durante um ano, o curso que apresentamos, os estudantes deverão estar capacitados não só a compreender textos sôbre assuntos da vida quotidiana, ou trechos simples de jornal e literatura, mas também a exprimir suas ideias em russo, oralmente e por escrito, e a saber construir frases, cuja estrutura não seja muito complexa."
(Excerto do prefácio)
Encadernação editorial com ferros gravados a seco na lombada.
Livro em bom estado de conservação. Bom exemplar de trabalho. Pastas descoradas, com pequenas imperfeições.
Invulgar e muito curioso.
15€

11 janeiro, 2018

COSTA, José Daniel Rodrigues da - A AFFLICÇÃO DOS PORTUGUEZES DESAFOGADA EM LAGRIMAS PELA SENTIDA FALTA DA SUA SOBERANA A SEMPRE MEMORAVEL SENHORA DONA MARIA PRIMEIRA, RAINHA DE PORTUGAL. Por... Lisboa. Na Impressão Regia. Anno de 1816. Com Licença. In-8.º (21,5cm) de 12 p.
1.ª edição.
Obra poética de homenagem à Rainha D. Maria I, por ocasião do seu falecimento, composta por um poema - Canto funebre - e dois sonetos.

"Oh fatal Morte! Oh Morte desabrida!
Que mais queres de nós? Dize inhumana!
Pretendes vêr extincta a Raça humana?
Não tens deitado a foice a tanta vida?

As duas inimigas dos viventes,
O terror do Universo a Fome, e a Guerra,
Avassallando tudo em mar, e terra,
A teus pés não prostrárão tantos Entes?

Não tens juncado toda a Redondeza
De montões de esqueletos victimados
Á furia, á sem-razão desses malvados,
Que até fazem horror á Natureza?

Não ouves a infeliz humanidade
Dar brados contra ti fortes, e justos?
Não vês a confusão, p'rigos, e sustos,
Que cercão a velhice, e a tenra idade?

Faltava-te na Lista, ó Deshumana,
A vida preciosa, que insultaste
Da sublime RAINHA, em que roubaste
A nossa affavel Mãi, digna Sob'rana?"

(Excerto de Canto funebre)

José Daniel Rodrigues da Costa (1757-1832). Foi um poeta português, natural de Leiria. Pertenceu à Arcádia Lusitana. Como poeta árcade, utilizou o pseudónimo Josino Leiriense. Teve uma vida de notoriedade social e intelectual activa, testemunhada pelas várias obras literárias que publicou, quase sempre sob a forma de opúsculos que se vendiam como "livros de cordel". Foi popular a sua rivalidade com Bocage.
Exemplar desencadernado, por aparar, em bom estado geral de conservação. Mancha de humidade antiga à cabeça, sem no entanto prejudicar a mancha tipográfica.
Raro.
Indisponível

10 janeiro, 2018

SIMÕES, Luiz José - 200 MILHAS A REMOS. Narrativa tragico-maritima publicada em folhetins no Diario de Noticias sobre o feito heroico do caça-minas "Augusto Castilho". Lisboa, Emprêsa Diario de Noticias, 1920. In-8.º (22,5cm) de 79, [3] p. ; il. ; B.
Capa e desenhos no interior de Francisco Valença.
1.ª edição independente.
Ilustrada com desenhos e fotogravuras nas paginas do texto.
Narrativa da tragédia do NRP Augusto de Castilho, caça-minas português afundado por um submarino alemão em pleno Atlântico, menos de um mês antes do final da 1.ª Guerra Mundial. Este episódio custou a vida ao seu comandante, Carvalho Araújo, e a outros membros da tripulação, que fizeram frente ao U 139, numa batalha desigual, para permitir que o San Miguel, navio mercante que comboiava, se pusesse a salvo do ataque. O relato é da autoria do maquinista do Augusto de Castilho, que tomou parte nos acontecimentos, e que também descreve a empresa aventurosa do salvamento dos sobreviventes deixados num bote à deriva pelos alemães.
“Pelas 6 horas da manhã, um submarino de enormes dimensões, conforme o relato dos sobreviventes, atacou o paquete: era o U-139, um cruzador-submarino armado com duas peças de 150 mm, cujo alcance era muito superior às do Augusto Castilho, tendo-se este colocado entre o paquete e o submarino apesar da sua manifesta inferioridade. Os sobreviventes, alguns deles feridos, embarcaram no salva-vidas e no bote do navio e conseguiram percorrer os cerca de 370 quilómetros que os separavam da ilha de São Miguel."
(fonte: www.publico.pt)
O Augusto Castilho era o antigo barco de pesca Elite, um dos melhores que no genero existiam na nossa praça. Magnificos porões, frigorificos, uma esplendida maquina triplice-expansão, e razoaveis alojamentos. Um belo dia, ei-lo sem as suas rêdes de arrasto, mais umas ligeiras alterações indispensaveis, colocada uma peça de 47mm na pôpa, e outra de 65mm á prôa, e aí temos o caça-minas Augusto Castilho. [...]
Iamos agora a 9 milhas, conforme as ordens que anteriormente haviamos recebido do comandante.
A nosso lado, pela amura de estibordo, navegava airosamente o S. Miguel que, com a sua preciosa carga e as duzentas e tantas vidas que conduzia, devia aproar a Ponta Delgada na manhã seguinte, com uma pequena paragem na Ilha de Santa Maria.
Nisto, lugubre, ameaçadoramente tragico, um tiro ressoou ao longe como um sinistro eco de morte! Eram 6 horas e 15 da manhã!
Logo as vozes dos homens de quarto bradam, correndo aos seus postos: - submarino pela pôpa! - e todos instintivamente se dirigem aos seus postos de combate numa ansia febril de se defenderem do terrivel inimigo que se aproxima emquanto a sineta de bordo alarma a guarnição de folga. Já na peça de ré o artilheiro de quarto dispara o primeiro tiro, alvejando o clarão de tiro produzido pelo tiro do inimigo, que se conserva fora do alcance da nossa pobre artilharia."
(excerto do Cap. II, Submarino pela pôpa)
Matérias:
Primeira parte - Luta de gigantes. I. A quarentena. II. Submarino pela pôpa. III. Vencidos! IV. C'est la guerre! Segunda parte - Diante da morte! I. Á mercê de Deus! II. Outra vez o monstro! III. Primeira noite. IV. Tempestade! V. Terra! Fumo! e.. Nada! VI. A sêde. Terceira parte - Salvos! I. Terra pela prôa! II. A Ponta do Arnel! III. A recepção! IV. A canhoneira Ibo. V. Em Ponta Delgada. VI. Fome! Peste! e Guerra! VII. Para a Patria!
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

09 janeiro, 2018

ANTHERO, Adriano - ERROS JUDICIÁRIOS (romance). [Por]... Da Academia das Ciências de Lisboa. Pôrto, Imprensa Moderna, L.ᴰᴬ, 1933. In-8.º (18,5cm) de 167, [5] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso romance "judiciário". Trata-se de uma edição de autor, e foi a última publicada em vida por Adriano Antero.
Livro muito valorizado pela sua dedicatória manuscrita a João Alberto de Sousa Vieira.
"O doutor Mário de Figueiredo, ou o doutor Mário, como geralmente lhe chamavam, tinha vindo tomar banhos às Caldas de Arêgos.
Era engenheiro e agrónomo, tendo obtido as maiores distinções nos seus cursos; e tinha paixão pela agricultura.
O aspecto agrário ou florestal, e mesmo agreste e montanhoso que fôsse, enchiam-no de enlêvo e encantamento; e apreciava devidamente a natureza nas duas espécies de beleza - a suavidade da païsagem e a rudeza da situação. Por isso, logo no terceiro dia, tratou de explorar os arredores; e foi assim que defrontou com a quinta do Cipreste."
(excerto do Cap. I, Primeiro êrro)
Adriano Antero de Sousa Pinto (1846-1934). Mais conhecido por Adriano Antero. Natural de Cárquere, Resende. Foi um escritor e conhecido advogado português. Tem obra jurídica e económica de relevo editada. Publicou ainda diversos romances, alguns de índole de histórica. Deputado em várias legislaturas, foi ainda professor de História Económica e Geografia no Instituto Industrial do Porto e Vice-presidente da Câmara do Porto, cidade onde viria a falecer em 1934.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas manchadas.
Raro.
Indisponível